Colégio Adventista em Curitiba aborda sobre bullying de maneira didática
Camisetas com apelidos e murais apresentando as leis foram estratégias utilizadas pela escola
Curitiba, PR...[ASN] A prática do bullying não tem hora, nem lugar para acontecer. Aproveitando o ambiente escolar, onde esse tipo de atitude pode ser frequente e comum, o Colégio Adventista Centenário realizou um projeto de informação e, principalmente, conscientização sobre o assunto, nos últimos meses.
Para isso, os murais da sala de aula ganharam números diferentes sem nenhum outro tipo de informação, a fim de despertar a curiosidade do aluno. Aos poucos, os elementos, que correspondiam às leis municipal, estadual e federal referentes ao bullying, Posteriormente a parte legal foi trabalhada em sala de aula e aprofundada com uma advogada.
“A ideia foi mostrar que existe uma consequência daquilo que ele (o aluno) está praticando. O objetivo é desenvolver a tolerância com o próximo e que os alunos compreendam que somos diferentes e temos que aprender a conviver com isso”, explica a organizadora do projeto, Maria de Lourdes Dubinski.
Segundo uma pesquisa realizada pelo IBGE e o Ministério da Saúde, 20% dos estudantes já praticaram bullying contra algum colega, sendo que 51% deles não sabem explicar o porquê dessa atitude.
Para tratar também das consequências psicológicas, os funcionários vestiram, literalmente, a camiseta contra o bullying. Cada uma estampava o apelido que os professores receberam durante a infância, como nariguda, girafa, quatro olhos, tampinha, lambari, entre outros. Maria explica que é uma maneira dos alunos perceberem o quanto esse assunto é sério e de que é necessário pôr um basta na situação. “Como o professor está sempre com os alunos, é muito mais viável a divulgação, assimilação e aceitação do projeto. Mostra a opinião do professor contra o bullying, já que na camiseta também está escrito que isso não é brincadeira”, mostra.
A orientadora educacional ainda acrescenta que esta é uma iniciativa sem término, que precisa ser tratada com frequência na escola. “As semanas antibullying não têm uma data para terminar. Você vai diagnosticando situações e necessidade dentro da escola e vai fazendo interferências”, diz Maria.
O impacto do projeto já mostra mudanças práticas na vida dos alunos. Mateus Silva, de 11 anos, praticou bullying com um colega de sala. Por meio da ênfase dada ao assunto na escola, o garoto percebeu que a sua atitude não era positiva. “Eu descobri que o meu colega chegava em casa chorando, e isso me deixou muito triste. Eu pedi desculpas para ele, e vi que isso não vale a pena”, nota Mateus.
Além da informação recebida, os estudantes colocaram em prática o que aprenderam. Por meio de desenhos, poemas e até paródias, eles externalizaram o que o bullying pode causar na vida de uma pessoa.
A iniciativa chamou a atenção da imprensa, que noticiou o projeto. [Equipe ASN, Jéssica Guidolin]