Cultos realizados pelo WhatsApp renovam a fé de pessoas de diversos Estados
Fiel da igreja em Guaíba criou iniciativa que agora contempla mais de 90 pessoas de todo o Brasil.
Guaíba, RS... [ASN] O perfil de André da Silva Lopes na página da rede social Facebook é, quase que, em sua totalidade, dedicado ao compartilhamento de publicações cristãs. Ancião da Igreja Adventista no bairro São Jorge, na cidade de Guaíba, busca sempre estar envolvido em programas e ações evangelísticas na cidade. Uma delas já foi noticiada no portal, caracterizada por um mutirão de consultas feito em parceria com médicos e enfermeiros da região. Nos últimos meses, Lopes pensou em maneiras diferenciadas para atingir novos públicos com o evangelho. Foi deste modo que ele criou uma proposta de culto por meio do WhatsApp, aliado a pessoas de outros Estados do Brasil.
Leia também:
“Eu divulguei a iniciativa no meu Facebook e pedi aos interessados que enviassem seus números de telefone. Logo, pessoas de vários lugares começaram a aderir à proposta, inclusive, convidando conhecidos a participarem do grupo”, relembra. Hoje, mais de 90 pessoas integram a iniciativa, chamada de A última esperança.
Proposta de culto
Os cultos pelo aplicativo contemplam quase todos os elementos de uma reunião religiosa tradicional, inclusive com horários fixos. As diferenças básicas estão no fato de que os materiais são preparados e gravados de forma prévia, como por exemplo, músicas e pequenos sermões. O formato possui os tradicionais momentos de louvor, em que canções conhecidas do público que participa são enviadas, depois uma oração é gravada e lançada também em áudio.
As mensagens bíblicas são mescladas entre áudios e textos, o que possibilita, inclusive, a interação dos usuários do aplicativo. Ao fim dos estudos, os administradores lançam enquetes, semelhantes às perguntas encontradas em estudos bíblicos – com o objetivo de entender a compreensão dos assuntos. Desta forma, eles conseguem tirar dúvidas imediatamente por meio da Bíblia.
Parte do material é gravado e escrito pelos próprios líderes com base em estudos bíblicos, e outra, linkada a materiais oficiais, como a Lição da Escola Sabatina (guia de estudo da Bíblia) e estudos sobre o Apocalipse. Entre os programas que são realizados por meio do WhatsApp estão cultos que iniciam o sábado ao por do sol das sextas-feiras, cultos jovens, classes bíblicas e temas mais específicos, como adoração e temas vinculados ao dia a dia das mulheres. A ideia não é substituir o culto presencial pelo digital, mas sim, dar apoio em dias alternativos ou quando não há reuniões na igreja.
Resultados da iniciativa
A dona de casa Sheyla Patrícia Sena, que auxilia no gerenciamento do grupo de WhatsApp, afirma que a participação trouxe resultados benéficos para toda a sua família. Ela conheceu a iniciativa por volta de oito meses após a cerimônia de seu batismo. “Entrei no grupo e no começo não atuava, mas gostava muito dos cultos postados. Depois de um tempo, fui chamada pelo André para ser administradora e cuidar do culto para mulheres – intitulado Papo de mulher. Me ajudou muito, porque, por meio de cada trabalho elaborado, eu acabava aprendendo sobre a vontade de Deus para a minha vida. Isso edificou meu lar e acredito que tenha edificado as pessoas que ouviram, pois cada programação é feita com a colaboração do Espírito Santo para que façamos o melhor”, conta.
Ela ainda explica que mesmo sendo membro da igreja, não costumava participar das atividades, pois entendia que não tinha bastante conhecimento para passar a alguém ou liderar alguma ação. Após a participação no grupo, as coisas evoluíram em sua vida. “Procuro levar o que eu aprendo no grupo para a igreja e também tento trabalhar meu caráter, como se fosse uma escola. O telefone é um meio que eu tenho para aprender mais e mais e passar adiante às outras pessoas”, explica.
Já a atendente de farmácia Lucélia Santos ainda não faz parte da Igreja Adventista, embora já frequente os cultos a partir da influência de sua irmã e de seu filho – integrante do Clube de Desbravadores. Lucélia mora em Santa Inês, no Maranhão, e conheceu o grupo por meio do convite de uma amiga. “Agradeço a Deus e a ela, porque a cada dia aprendo mais e mais. Tenho fé em Deus e vou ser batizada em breve”, ressalta, convicta.
Bloqueio do WhatsApp
Nos dias 2 e 3 de maio, o aplicativo WhatsApp ficou inoperante devido a um bloqueio pedido pela Justiça do Sergipe. O ato aconteceu porque o Facebook, dono do WhatsApp, não cumpriu uma decisão judicial anterior de compartilhar informações que subsidiariam uma investigação criminal. Em dezembro do ano passado, o aplicativo de mensagens instantâneas também ficou inacessível durante um período. Para André, se situações como essa vierem a ocorrer, o evangelismo não deve ser prejudicado. “Vamos usar sempre algum outro meio, como Deus permitir. Se acontecer algo assim, podemos ir para o aplicativo Messenger, pois lá, já temos parte desses membros”, declara. Quem pretende participar do grupo precisa entrar em contato com ele por meio do perfil oficial do Facebook, clicando aqui. [Equipe ASN, Willian Vieira]