Florianópolis, SC... [ASN] Eliel tem apenas 10 anos e desde que nasceu uma doença hereditária o deixou com deficiência visual. Eliel nunca enxergou nada. Apenas pelo tato, olfato e audição ele pode conhecer o mundo, inclusive sobre Jesus. No mês de março ele teve a oportunidade de conhecer mais sobre Jesus através de uma Semana Santa da Igreja Adventista do Porto, em Itajaí, que se adaptou a sua necessidade.

Assim como na casa onde Eliel esteve presente, outras 160 casas abriram suas portas na Semana Santa para crianças e adolescentes no centro sul de Santa Catarina. A sugestão foi do próprio departamento responsável para essas faixas etárias da Igreja Adventista do Sétimo Dia regional. O tema acompanhou o programa dos adultos, Compaixão, entretanto todo moldado para as crianças e adolescentes presentes.

“Incentivamos a realização de encenações, dinâmicas e o relato das histórias bíblicas de maneira interessante para os participantes”, comenta Simei Porfírio, líder do Ministério da Criança e do Adolescente da Igreja Adventista do Sétimo Dia no centro sul catarinense. Destaque que boa parte dos 160 pontos de pregação para crianças e adolescentes foi liderado por pessoas da própria faixa etária, aproximando ainda mais os participantes da mensagem apresentada.

Em Zimbros, Itapema, um fato diferente foi a atitude de decisão dos adolescentes. “Eles pegaram a arca da aliança simbólica entregue para os adultos e se dedicaram em abrir um pequeno grupo na região. Para nossa alegria tivemos três pontos de pregação voltados para adolescentes”, comenta o pastor Paulo Braz, pastor na região de Itapema.

Sobre o Eliel, do começo desta reportagem, a professora Vanessa Milaide da Luz Cirico, coordenadora da programação para juvenis realizada na casa da irmã Jenny Liberato, explica como adaptou a Semana Santa para o deficiente visual: “Nós tentamos envolvê-lo ao máximo. Na hora de pintar os desenhos, nós o guiamos ele para qual era o espaço do papel e ele conseguiu fazer direitinho. Nas histórias bíblicas, nós deixávamos ele pegar nos bonecas. Já o pão que usamos para ilustrar outra história, deixamos ele sentir o cheiro bem de perto”.

Um dos momentos mais emocionantes foi quando Eliel quis participar dos pedidos de oração. “Todas as crianças escreveram seus pedidos. E o Eliel quis participar. Por isso ele pegou sua máquina de escrita em braile e digitou o seu pedido. Depois ele leu para todos nós e ainda deixou as outras crianças tocarem no papel furado para a leitura em libras”, comenta a professora Vanessa.

“Tivemos 160 pontos de pregação para crianças e adolescentes. Isso foi maravilhoso porque mais da metade das igrejas adventistas no centro sul catarinense realizaram a programação. Eles são o futuro da igreja, os futuros adultos da nossa sociedade, devemos guia-los desde cedo a amarem a Deus”, finaliza a professora Simei. [Equipe ASN, Daniel Gonçalves]