Encontro reúne 200 surdos e interpretes em Hortolândia
A Igreja Adventista vem realizando um trabalho de evangelização para os surdos. Apesar dos grandes desafios a mensagem da esperança tem alcançado pessoas com deficiência.
Hortolândia, SP...[ASN] O 9º Easi (Encontro de Amigos Surdos e Interpretes) reuniu 200 pessoas no Auditório Arlete Afonso do IASP (Instituto Adventista São Paulo) no sábado, 28 de novembro. O evento contou com a presença de surdos de várias localidades do Brasil e também do único pastor surdo do país, Douglas Silva que atua na Associação Paulistana. A programação teve músicas, testemunhos, sorteios, teatro de palhaços e também uma oficina, que abordou sobre os termos próprios dos surdos, a cultura e o sistema deles.
A participante Marilene Pastana viajou 2.600 km de Macapá, AM até Hortolândia, SP para participar do Easi. Mesmo sendo ouvinte, Marilene explica que seu interesse pelo Ministério dos Surdos começou quando um amigo surdo expressou a vontade de aprender mais sobre a Bíblia. “Resolvi aprender Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) para me comunicar com meu amigo”, conta.
O resultado do esforço foi o batismo de seu amigo. Os dois atuam ativamente do Ministério dos Surdos do Amapá. Ela conta que aos sábados eles fazem visitas missionárias, dão estudos bíblicos e se reúnem para almoços de confraternização. “É muito gratificante estar no encontro. Ter o contato com outros surdos, me enriquece”, afirmou.
No IASP o Ministério dos Surdos conta com 20 membros. De acordo com o integrante e ouvinte Claudemir Belotto os surdos da igreja da têm feito um trabalho evangelístico muito forte. “Realizamos visitas para surdos afastados e também vamos participar do impacto esperança, distribuindo o livro A Grande Esperança em Libras para os surdos”, informou. Belotto enfatiza o potencial que esse ministério possui. “Foram os surdos que organizaram cada detalhe do Easi. Tudo foi realizado por eles, desde o planejamento, roteiro e a execução”, afirmou.
Paulo Rodrigo de Siqueira é surdo e hoje é membro da Igreja do IASP. Ele mencionou que por 20 anos acompanhava o seu pai nas reuniões da igreja sem entender nada. “É horrível você estar em um lugar sem entender o conteúdo da programação. Eu passei por isso na igreja e depois de muito tempo apareceu um intérprete. Nossa que alívio e benção poder entender a mensagem”, ressalta Siqueira.
A integrante do Ministério dos Surdos do IASP, Érika Belotto disse que o Easi é o momento de encontrar os amigos e de integração. “É uma oportunidade de nos conhecermos mais, de nos confraternizar e também de evangelizar, já que o encontro é aberto para surdos de outras denominações”, afirmou ela em Libras.
Muita pessoas não adventistas estavam no encontro. É o caso de Genilda Aparecida Alves Costa que mora no Capão Redondo. Ela menciona que entrou na Igreja Adventista para procurar alívio em meio as aflições. “Eu já havia procurado algumas igreja mas não tinha intérprete. Foi na igreja de Santo Amaro que conheci o pastor Douglas e tivemos uma boa conversa. Tenho retornado à igreja algumas vezes e o meu desejo é estudar a Bíblia, me batizar e ajudar as pessoas humildes e pobres", diz Costa.
Para o pastor Douglas, o Easi é um programa de encontro para passar informação e incentivar o trabalho de outros surdos que não são adventistas. O pastor afirma que o Ministério de Surdos têm muitos projetos e objetivos. “Temos a meta de construir uma igreja especial para surdos, uma igreja diferenciada. A idéia é fazer com que os surdos se sintam a vontade, que possam ser úteis fazendo parte da programação”, explicou. [Colaboração Charlise Alves, ASN].