Crise: correr pra onde?
Se a crise bater à sua porta, você terminará tendo que mudar de hábitos.
O Brasil está em crise financeira, social, política ou de alguma outra natureza? Seja que classificação for, uma pergunta que creio ser relevante é: “Em face da presente crise, para onde migraremos?” Na crise financeira mundial que se desencadeou a partir da crise imobiliária dos Estados Unidos, em 2008, em entrevista, o presidente brasileiro de então falou para o mundo que os países ricos deveriam cuidar em resolver o problema dos países pobres, ajudando-os, caso contrário, o mundo sofreria uma crise de migração dos pobres para os lugares ricos, o que daria uma quebradeira geral maior ainda.
Pelo menos, numa coisa ele estava certo: muitas vezes, crise gera migração. No tempo de Jacó, a maior potência política do planeta era o Egito. E quando a crise financeira mundial chegou, foi aquele país que era rico que acabou sendo a solução temporária para resolver o problema dos pobres. Mas, posteriormente, a densidade demográfica exagerada pela presença dos imigrantes trouxe uma situação social insustentável. Dependendo da forma, processos migratórios intencionados a resolver crises presentes podem gerar crises futuras ainda maiores.
Albert Einstein argumenta que a crise é a “melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos.” (http://adv.st/1Ke8GwL). Ele lembra que “é na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias”. E segue dissertando sobre a oportunidade que a crise pode ser para as inovações, a criatividade, as superações e, por fim, a vitória. É claro que na crise também existem as possibilidades da desistência, do conformismo, da entrega, da fuga, da busca por soluções fáceis e erradas, enfim, do fracasso e da falência.
Mesmo não se mudando para outro país, se a crise bater à sua porta, você terminará tendo que mudar de hábito. Quando a recessão econômica chega, ninguém fica como está. No fato econômico, a alteração é quanto à retenção dos gastos e a busca por alternativas de ganho. Caso contrário, a mudança será para o endividamento e suas consequências. Passamos então a nos comportar e viver de forma diferente. Paradoxal é perceber como essa mudança acontece nas finanças de algumas igrejas onde, naturalmente, enquanto os membros encontram o desemprego e a menor renda, os dízimos e as ofertas aumentam. O que acontece?
Depende da atitude de cada cristão. Você pode escolher se tornar revoltado com Deus ou dependente dEle. Recentemente, minha esposa e eu passamos, cada um com seu caso, por grandes crises de saúde. Recuperamo-nos, mas para que não venha a reincidência, nos obrigamos a mudar o estilo de vida. E assim, somos abençoados em viver de forma mais saudável e ter uma expectativa de vida mais promissora. Pense bem: você não tem a possibilidade de mudar a cosmovisão dos eleitores brasileiros, o comportamento dos políticos, os vieses constitucionais ou as manobras financeiras do país, mas pode orar por isso tudo. A crise nos esvazia, fazendo-nos depender mais de Deus. Nela, podemos migrar para o reavivamento (Romanos 5:3-5), pois quando não nos restar mais nada, teremos somente Deus. Afinal, quando tudo o que você tiver for Deus, não terá chegado lá?