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Professora que luta contra câncer de mama compartilha experiência pessoal

No mês da conscientização mundial sobre a doença, histórias como a de Cássia Helena ajudam a disseminar o conhecimento sobre o câncer mais comum entre as mulheres.


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Cássia e o esposo, Fernando, estão juntos na luta contra o câncer de mama

Cássia e o esposo, Fernando, estão juntos na luta contra o câncer de mama.

Brasília, DF... [ASN] Outubro é o mês da conscientização mundial sobre o câncer de mama. Segundo o mastologista Rodrigo Pepe, as histórias contadas e as ações desenvolvidas nesse mês, conhecido como Outubro Rosa, contribuem para que a população entenda mais sobre a doença, as possibilidades de tratamento e as políticas de saúde envolvidas. Tal conhecimento auxiliou a professora de Biologia Cássia Helena, que mora no Distrito Federal, a detectar a presença de um nódulo cancerígeno há pouco mais de dois anos.

“No final de 2012 senti uma fisgada na mama direita e pensei que era por causa dos exercícios na academia. Mas resolvi investigar”, explica Cássia, hoje com 42 anos. Ela conta que buscou clínicas particulares para fazer mamografia, mas não encontrou espaço nas agendas. Conhecendo as políticas públicas relacionadas à saúde mamária, ela procurou o serviço público e fez a mamografia que apresentou o nódulo.

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A mastologista Carolina Fuschino, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia no Distrito Federal (SBM-DF), explica que, por conhecer mais sobre o câncer de mama, as mulheres brasileiras têm realizado a mamografia com mais frequência. “Essa ação favorece o diagnóstico precoce e, consequentemente, o tratamento – além de aumentar as chances de cura”, enfatiza.

Entendendo o nódulo mamário

O nódulo na mama de Cássia foi diagnosticado em estágio inicial, o que possibilitou o tratamento rápido. “ A detecção foi precoce, mas o tumor era agressivo (rápida proliferação) ”, relembra a professora. Os mastologistas Rodrigo Pepe e Carolina Fuschino enfatizam: nem todos os nódulos se transformarão em câncer.

De acordo com os médicos, os nódulos benignos são frequentes em mulheres abaixo de 35 anos e, em geral, não apresentam riscos. “Nem todos [os nódulos] se transformarão em câncer”, esclarece Pepe. “Contudo, o aparecimento de nódulos benignos é mais raro após essa idade [35 anos]”, complementa. Por essa razão, a Sociedade Brasileira da Mastologia (SBM) recomenda que a primeira mamografia seja feita anualmente a partir dos 40 anos.

Pepe explica que o tamanho do nódulo não está diretamente relacionado à agressividade do câncer. “É preciso fazer uma relação entre o volume do tumor e o volume da mama”, destaca.  Outro fator a ser considerado, segundo Fuschino, é a característica biológica do tumor. “Pode acontecer de termos um tumor de mesmo tamanho em mulheres da mesma idade. Em uma ele pode ser mais agressivo, na outra não”, conclui. Todas as características do tumor devem ser detectadas por profissionais qualificados e com o auxílio de exame, enfatizam os mastologistas.

O câncer de mama e a hereditariedade

A professora e sobrevivente do câncer de mama, Cássia Helena, conta que, por não ter histórico na família (câncer hereditário) não esperava receber esse diagnóstico. O mastologista Rodrigo Pepe alerta: de 85 a 90% dos cânceres de mama aparecem em pessoas sem histórico familiar da doença. “Muita gente fica despreocupada com o câncer de mama por não ter na família pessoas que já foram atingidas por ele. Mas vale ressaltar que apenas de 10 a 15% das pessoas atingidas por esse câncer têm histórico familiar”, frisa.

Porém, mulheres com histórico hereditário devem estar atentas aos exames de mama e acompanhamento periódico do mastologista. “É preciso avaliar qual a proximidade do risco. Mas isso não quer dizer que a pessoa tenha câncer ”, informa Pepe.

A mastologista Carolina Fuschino recomenda que descendentes de mulheres que tiveram câncer de mama devem procurar acompanhamento dez anos antes do caso mais jovem da família. “Se sua mãe teve câncer aos 35 anos, você deve começar o acompanhamento aos 25 anos”, esclarece.

O câncer e a cirurgia

Depois do diagnóstico, Cássia relembra que precisou fazer cirurgia de remoção do câncer devido à agressividade deste. “Em março de 2013 fiz a cirurgia. Depois comecei o protocolo de quimio e radioterapia”, conta. A remoção da(s) mama(s) de maneira cirúrgica é um dos tratamentos para o câncer de mama e não garante a cura, explica o mastologista Pepe. “Não é o fato de retirar a mama que indica se o tumor vai voltar ou não”, enfatiza.

O médico alerta: mesmo em casos de retirada do tumor e tratamentos adicionais, o câncer pode voltar, seja na mama (recidiva tumoral) ou em outro lugar do corpo (metástase). Por essa razão, a pessoa acometida deve procurar o mastologista anualmente.

Há quatro meses, Cássia descobriu a presença de células cancerígenas em um dos linfonodos do pescoço. “Em junho, percebi um caroço no meu pescoço. Era um linfonodo aumentado. Após cirurgia e biópsia, foi constatado células cancerígenas e reiniciei a quimioterapia”, conta.

O câncer e a fé

A professora compartilha que nesses dois anos de luta contra o câncer passou por momentos difíceis e, por vezes, se sentiu frágil, sem energia e quase sem esperança. “Saber que Deus está no comando ajuda a retirar a ansiedade e a caminhar um dia de cada vez”, relembra com segurança.

Para o mastologista Rodrigo Pepe, a fé é um elemento importante no tratamento. Contudo, não deve ser o único. “Reconheço que cada um tem sua fé. Mas isso não deve fazer com que a pessoa abra mão da ciência. A fé pode te levar a um diagnóstico precoce, a bons cirurgiões e a boas indicações de tratamento que poderão preservar a vida”, opina.

Cássia reconhece que Deus encaminhou todos os detalhes, esteve e está presente em cada processo de sua luta. “Mas preciso fazer minha parte também. Procuro me alimentar da forma mais saudável possível, pratico exercícios e prezo por um sono adequado. Acredito que isso também facilita a restauração física”, enfatiza.

A mastologista Carolina Fuschino explica que como o câncer é uma alteração genética (celular), a alimentação saudável e o sono adequado diminuem as chances de danos celulares e, consequentemente, de câncer.

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Acompanhe dicas e outras informações aqui. [Equipe ASN, Aline do Valle]