De acordo com o Ministério da Saúde, 3% da população brasileira sofre de transtornos mentais severos e persistentes.

Brasília, DF... [ASN] Alguns transtornos mentais interferem na capacidade de raciocínio e tomada de decisão e podem  dificultar a relação do indivíduo afetado com Deus, conforme explica o psiquiatra Ricardo Falavigna. Isso porque o cérebro humano é o único meio que possibilita a compreensão de quem é Deus, de acordo com uma pesquisa realizada pelo neurocientista norte-americano Andrew Newberg.

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No entanto, de acordo com o pastor Luís Gonçalves, evangelista da Igreja Adventista do Sétimo Dia para oito países da América do Sul, Deus tem maneiras de sobrepor as dificuldades de raciocínio causadas por esses transtornos. Na avaliação de Gonçalves, ao longo da história, Deus usou linguagens diferentes para atingir a públicos diversos: crianças, adultos, médicos e pescadores. "Deus tem uma maneira de falar com cada pessoa na sua língua, e no seu nível e capacidade de entendimento. Não existe nenhum ser humano vivo com quem Deus não possa falar", afirma.

Segundo o psiquiatra Falavigna, a complexidade dos transtornos mentais é variável, o que permite momentos de raciocínio lúcido que poderia ser usado para a comunicação com Deus. O médico relata a experiência que teve com um de seus pacientes diagnosticado esquizofrênico com  leve retardo mental. "Ele era muito agressivo. Há alguns anos passou a ler a Bíblia e foi sendo transformado em uma pessoa mais calma, cooperativa e de mais fácil convívio. Deus é maior do que qualquer entendimento humano", conclui.

Para o pastor Luís Gonçalves, mesmo que o entendimento de profecias e questões teológicas mais profundas não seja completo para pessoas com transtornos psiquiátricos, elas têm capacidade de aceitar a salvação. "Eu creio que Deus pode salvar essas pessoas", enfatiza.

A fisiologia da comunicação com Deus

A pesquisa do neurocientista Newberg aponta para o cérebro como o meio de comunicação que possibilita a compreensão e experiência com o divino. O estudo mostra que, durante a oração ou meditação, em conceitos divinos o lobo parietal – responsável por nos dar senso de orientação e espaço - diminui a atividade. Ao mesmo, tempo o lobo frontal - que cuida da concentração e atenção - aumenta a atividade.

O psiquiatra Ricardo Falavigna explica que apesar de reduzirmos a capacidade de orientação no tempo e no espaço (pela diminuição da atividade parietal), estamos mais conscientes, com boa capacidade de julgamento e análise crítica. "Ao se comunicar com Deus, a pessoa perde o contato com a realidade externa sem perder a capacidade de raciocinar", esclarece o médico.

Preservando a saúde mental

De acordo com Falavigna, a experiência religiosa é um fator protetor contra transtornos mentais. O psiquiatra acredita que a Bíblia pode ser um manual de psicoterapia para aqueles que aproveitam bem dela. No entanto, alerta o médico, os cristãos devem cuidar da mente de maneira criteriosa. "Um bom cuidado físico, que inclui alimentação mais saudável, descanso e atividade física. Esses cuidados devem fazer parte do cardápio para ter uma mente saudável", aconselha.

10 de outubro, Dia Mundial da Saúde Mental

Neste sábado, dia 10 de outubro é comemorado o Dia Mundial da Saúde Mental. A data foi instituída pela Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health) em 1992. A cada ano a Federação escolhe um tema para guiar as ações realizadas neste período. O ano de 2015 tem com lema: Dignidade na Saúde Mental (Dignity in Mental Health).

Outras informações sobre o Dia Mundial da Saúde mental podem ser acessadas no site oficial da Federação Mundial de Saúde Mental (em inglês): http://wfmh.com/ [Equipe ASN, Aline do Valle].

Assista ao vídeo e descubra a posição da Igreja Adventista sobre a importância da saúde mental.