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Unidade médica de emergência atenderá mais de 100 mil refugiados

Atividades em território iraquiano terão início nos próximos dias. Precisa-se de voluntários


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Crianças representam metade da população de refugiados, aponta entidade da ONU (Foto: Michael Von Hörsten)

Brasília, DF... [ASN] Ebtisam, de sete anos de idade, nasceu em Mossul, no Iraque, e vive as consequências da guerra contra o terrorismo. Ferida por um combatente, assim como milhares de pessoas, ela e seu pai, Basam, fugiram da cidade recentemente por causa da crescente luta armada e da escassez de alimentos. Ambos encontraram refúgio no acampamento de Hasan Sham U2, ao leste de Mossul.

A garota, que carrega feridas físicas e mentais, sobreviveu a uma explosão que acabou com a vida de seu irmão, Ammar, que tinha oito anos. Ebtisam recebeu tratamento de saúde por parte de médicos voluntários, entre eles profissionais adventistas que trabalham desde o começo deste ano no levantamento de uma unidade médica de emergência na cidade, que pretende atender mais de 100 mil pessoas.

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Essa iniciativa é resultado da união dos integrantes da Adventist Help e da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) no Curdistão, que oferecerão cuidados médicos de emergência aos milhares de refugiados da região.

O coordenador do projeto, o médico Michael Von Horsten, indica que a unidade de emergência está quase pronta. No entanto, a proposta não para aí. “A ADRA e a Adventist Help começaram a segunda fase da obra, que se divide em unidade de primeiros socorros, unidade para cuidados de saúde mental e unidade odontológica, no campo de refugiados Hassan Sham U2”, esclarece. Todas elas se somam à unidade de emergência que começará a funcionar em poucos dias.

Doutor Friedrich Von Horsten durante atendimento médico a menina refugiada (Foto: Maranie Rae)

Para a construção foram necessárias doações de várias pessoas ao redor do mundo. Entidades como a ADRA na América do Sul e a ADRA Internacional também deram sua contribuição. “Queremos agradecer o esforço da Divisão Sul-Americana, na pessoa de Paulo Lopes, que vai nos ajudar aqui a trabalhar em boas condições, e também à ADRA Internacional, que está nos dando um apoio para nossas atividades”, retribui Marcelo Dornelles, diretor da agência humanitária adventista no Curdistão. O projeto recebe o suporte da Organização das Nações Unidas para atender as pessoas em situação de calamidade.

O norte do Iraque é uma região turbulenta devido à guerra que o exército do país e seus aliados realizam desde 2014 no combate ao terrorismo. Por esse motivo, devido ao caos que milhares de famílias vivem agora, a equipe da ADRA Curdistão assumiu a tarefa de levar ajuda médica de emergência a quase 100 mil homens, mulheres e crianças. O calor extremo, as picadas de cobra, a escassez de medicamentos, a desnutrição, as doenças diarreicas e o acesso mínimo ao atendimento de emergência no local são só alguns dos obstáculos que os refugiados enfrentam diariamente.

Cifras mundiais

Para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), a guerra, a violência e a perseguição desarraigaram mais pessoas hoje em todo o mundo que em qualquer outro momento das sete décadas da história da organização, de acordo com um relatório divulgado no dia 19 de junho.

O documento destaca que o ritmo no qual as pessoas estão se tornando desabrigadas continua muito elevado. Em média, a cada minuto, 20 pessoas se viram obrigadas a fugir de seus lares durante o ano passado. Isso equivale a uma pessoa desabrigada a cada três segundos.

Além disso, o total de pessoas que buscavam segurança através das fronteiras internacionais como refugiadas chegou a 22,5 milhões, deixando claro que o deslocamento forçado chegou ao seu ponto mais alto em décadas.

Voluntariado

Estrutura oferecerá tratamento para milhares de refugiados que vivem na região (Foto: Michael Von Hörsten)

Para ajudar a amenizar esse sofrimento, o projeto da ADRA e do Adventist Help está dando a oportunidade a dezenas de profissionais de saúde de diferentes partes do mundo para fazer parte da equipe de voluntários. Em primeiro lugar a médicos, enfermeiros, paramédicos, psicólogos e dentistas que desejam dedicar um tempo para ajudar os refugiados de Mossul. Os interessados devem enviar seus currículos para [email protected].

Há alguns dias, a ADRA Curdistão abriu duas vagas para médicos e enfermeiros interessados em trabalhar na organização adventista. Uma delas é para atuar como chefe médico, e a outra como gerente de enfermagem do novo hospital de campo ao norte do Iraque. Os candidatos devem enviar um e-mail para [email protected].

“Proporcionar uma excelente atenção médica a todas as pessoas é o que esperamos, porque essas pessoas merecem o melhor que podemos dar. Queremos mostrar nosso compromisso como organização de fé. O bem-estar deles é nossa responsabilidade”, o diretor da ADRA no Oriente Médio, pastor Günther Wallauer. [Equipe ASN, Carolyn Azo]