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Igreja Adventista batiza 15 estrangeiras neste sábado no Carandiru, SP

Em 20 anos de Ministério Carcerário, mais de 100 mulheres foram batizadas dentro da Penitenciária Feminina da Capital, Carandiru.


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Imagem Ilustrativa

São Paulo, SP... [ASN] A vida de uma estrangeira na Penitenciaria Feminina da Capital em São Paulo pode ser solitária.  A carência pela família é uma característica unânime nos pavilhões com estrangeiras no Carandiru, SP. Isso é o que afirma José Eduardo Sousa, 59 anos, que há 18 anos visita o presídio para dar Estudos Bíblicos.

“As estrangeiras não recebem visitas. Quando chegamos, passamos a ser a família delas, para conversar, desabafar e fazer uma oração”, conta.

O projeto existe há mais de 20 anos e faz parte do Ministério Carcerário das regiões Leste e Norte da capital paulista. Eduardo é da Igreja Adventista da Penha e coordena o grupo composto por 13 pessoas, com participantes de Engenheiro Goulart e São Miguel Paulista.

De acordo com Souza, há falta de voluntários para falar em outros idiomas já que as presidiárias são de diversos países. Mas isso não impede a comunicação nos estudos. “Temos detentas que ajudam a traduzir. São pessoas que já sabem um pouco de português. Falamos para ela e ela repassa para as outras, assim é feito também quando se tem dúvidas. Isso é bom, ajuda a criar um laço de confiança”.

Uma prova disso é o batismo de 15 mulheres neste sábado, 16. O diretor do Ministério Carcerário, pr. Jair Miranda, ministrou os batismos dentro da penitenciária. Segundo o diretor, o ministério está presente também na Penitenciária de Santana e Franco da Rocha.

Visitas inesquecíveis

Ao longo dos anos mais de 100 mulheres foram levadas ao batismo. O coordenador conta que a visitação começa às 14h30 do sábado. Os estudos acontecem no refeitório até às 16h30. O convite para as detentas participarem do grupo religioso vai desde folhetos missionários entregues nos corredores ao “boca a boca”. “As que já são participantes do grupo convidam as outras”, conta.

No Carandiru, as estrangeiras esperam as sentenças junto com as brasileiras. Elas podem buscar conforto nos grupos religiosos que visitam o local aos finais de semana. "Muitas perdemos o contato, nunca mais a vimos, pois acabam voltando para o país de origem", comenta. Outras não chegam a ter um veredito, é o caso da história da brasileira que marcou a vida de Eduardo.

“Entramos no Pavilhão I e logo fomos avisados que estavam em rebelião. Decidimos entrar. Logo uma moça pediu oração, elas estavam arrumando a decoração porque no dia seguinte era o domingo de Dia das Mães. Nesse domingo, ela levou um tiro de um policial e faleceu. No sábado que retornei, perguntei dela, me avisaram que ela tinha falecido. Naquele dia, fomos a única Igreja que aceitou entrar por causa da rebelião. Essa história me marcou”.

Para Eduardo a gratificação nestes 18 anos é grande. “Estamos levando a Palavra de Deus para essas moças e temos o prazer de estar contemplando a Palavra. Também somos abençoados por isso. Ao final, quem entra não quer mais sair do projeto”, conclui. [Equipe ASN, Michelle Martins]