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Depois de 42 anos, primeira mulher é batizada nas Ilhas Malvinas

Nas Ilhas Malvinas, trabalho em pequenos grupos


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Pastor Gondim foi enviado especialmente com a família para a região a fim de colaborar com o trabalho missionário adventista no arquipélago.

Pastor Gondim foi enviado especialmente com a família para a região a fim de colaborar com o trabalho missionário adventista no arquipélago.

Port Stanley, Ilhas Malvinas ... [ASN] Melissa Louise Thomas é a primeira mulher que foi batizada, no dia 14 de maio, nas Ilhas Falkland (Malvinas), depois de 42 anos do batismo do primeiro adventista na Ilha. Ela agora é membro oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. O fato passou para a história, assim que o pastor Robson Gondim, missionário adventista na região, a submergiu nas águas da piscina plástica, colocada na cozinha da casa de Gondim. A cerimônia foi acompanhada pelos amigos e pela esposa do missionário, Elizabete Gondim, que o acompanha na missão.

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O único batismo adventista, ocorrido nas Ilhas Falkland, data de 1974, quando o pastor Benoni Cayrus batizou o britânico Christopher Spall, que hoje não mais vive no arquipélago.

Testemunho de conversão

Melissa nasceu na Ilha de Santa Helena, localizada no Oceano Atlântico. Administrativamente, ela faz parte do território britânico ultramar de Santa Elena. Na infância, ela começou a frequentar a igreja cristã da qual sua avó participava. Já adulta, Melissa deixou sua terra natal para viver e trabalhar nas Ilhas Falkland (Malvinas), chegando ali em janeiro de 2014.

Tempos depois, a Melissa conheceu um homem (a quem chamaremos *Juan) por quem se apaixonou e conviveu por algum tempo. Juan começou a ter sérios problemas com bebidas alcoólicas. Finalmente, acabou preso por dirigir embriagado. Sua condenação foi de três meses.

Enquanto o Juan estava preso, ele começou a receber a visita do pastor Robson Gondim, missionário adventista nas Ilhas, desde março de 2015. Gondim contou para a Agência Adventista Sul-Americana de Notícias (ASN) que, em suas visitas, ele levava algo especial e “falava-lhe do amor de Jesus”. Quando o Juan cumpriu sua pena, a primeira coisa que fez foi visitar a casa do missionário onde eram realizadas as reuniões do Pequeno Grupo.

Em uma dessas reuniões, no dia 21 de novembro de 2015, Juan foi acompanhado da Melissa que disse, posteriormente, que gostou muito de poder participar do grupo. “Eu sempre frequentei os cultos da igreja de minha avó, mas não me identificava muito. Mas aqui, com vocês, sim eu me identifico. As músicas são muito bonitas e eu entendo as mensagens bíblicas muito melhor”, afirmou. Ela frequentou o grupo por seis meses antes de seu batismo.

Por ter sido pego dirigindo embriagado, por duas vezes, Juan foi deportado. Dias depois, Melissa relatou para a família Gondim que seu companheiro havia terminado a relação sentimental com ela. A situação deixou a Melissa muito triste, visto que teve uma infância muito difícil e agora com essa desilusão amorosa a vida lhe parecia insuportável. Ela até mesmo pensou em suicídio como uma opção.

Robson disse que “com muita oração, pedimos a Deus que a consolasse e que Seu Espírito Santo trabalhasse em seu coração. Pedimos para a Melissa não deixar de frequentar as reuniões. Jesus estava trabalhando em seu coração e muitas vezes víamos lágrimas em seus olhos ao cantar alguns hinos”.

Semanas depois, em um dos cultos do Pequeno Grupo, Robson conta que foi chamado pela Melissa que lhe perguntou: “se eu me decidir ser batizada, onde será realizado o batismo? Na banheira?” A partir daquele momento, Melissa começou a estudar a Bíblia diariamente e, no dia 14 de maio, foi batizada. Já batizada, continua estudando a Bíblia.

“O Espírito de Deus está operando nos lugares mais remotos. Todo o Céu está agindo para a salvação dos perdidos. Unamo-nos em oração pela pregação do evangelho no mundo. Pois aquele que vem virá e não tardará”, disse Robson à ASN.

História do adventismo na Ilha

Antes que houvesse um único cristão adventista na América do Sul, a literatura adventista já havia chegado às Ilhas, localizadas a 483 quilômetros do continente, no extremo sul das Américas. O colportor Clair A. Nowlen visitou as Ilhas Malvinas no final do século 19. Em um relatório à Review and Herald, em 1893, Clair A. Nowlen informou que teve êxito na distribuição do livro O Conflito dos Séculos, na capital da Ilha, Port Stanley.

Em 1933, outro colportor, o inglês Roy Chamberlayne, visitou as Ilhas e conheceu as pessoas que haviam adquirido os livros de Nowlen, quatro décadas atrás. Chamberlayne contou que uma viúva em Stanley aceitou a mensagem adventista e estava guardando o sábado.

Em 1996, o pastor brasileiro, Paulo G. Witt do Nascimento, foi enviado pelo departamento de Missão Global da Igreja Adventista na América do Sul, e retornou em 1998. De sua estada ali, há o registro de inúmeros contatos. Um deles foi com Christopher Spall, filho de mãe adventista, que escreveu para a sede da Igreja Adventista mundial solicitando literatura e seu batismo. Spall voltou para a Inglaterra, anos depois.

O pastor Ronald Khun, que foi coordenador da Missão Global para a Igreja Adventista, em 2002, relatou que os estudantes do Centro Universitário Adventista de São Paulo, no Brasil, passaram algumas semanas nas Ilhas distribuindo, gratuitamente, livros com mensagens adventistas. Os alunos foram Jônatas Lincoln Ferreira e Oliveiros Ferreira Júnior.

Em 2012, com o apoio da Igreja Adventista na América do Sul, esforços foram unidos para enviar o casal Leonard e Linda Westermeyer para estabelecer a presença adventista nas Ilhas. A experiência motivou a Comissão Diretiva, da sede sul-americana, a votar o estabelecimento permanente do centro de apoio missionário nas Ilhas.

No início de 2014, o governo das Ilhas Falkland concedeu um certificado para que uma entidade caritativa adventista pudesse operar legalmente no território, com o objetivo de dar suporte jurídico a todas as atividades desenvolvidas pelas instituições adventistas. O governo deu poderes para movimentação de contas bancárias, para a contratação de voluntários, missionários, para o estabelecimento de projetos educacionais, humanitários, religiosos, para estabelecimento de associações, como órgãos oficiais, e também para a aquisição de imóveis no território.

Um ano depois, os Westermeyer deixaram a Ilha para dar lugar ao casal Gondim, que chegou à Ilha em março de 2015, para estabelecer o projeto missionário adventista permanente. Como fruto do trabalho missionário ali, Danilo e Dinely Saldivia, naturais do Chile, conheceram a mensagem adventista no Pequeno Grupo dos Gondim. Em 26 de março, juntamente com seus quatro filhos, eles regressaram ao Chile para serem batizados no marco do programa da Semana Santa da Igreja Adventista, da qual participaram oito países da América do Sul. [Equipe ASN, Cárolyn Azo, com informações de Robson Gondim e Vanderlei Vianna.]

*Juan é um nome fictício, usado para proteger a personagem da história.