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Adventista é salvo da morte em avalanche no Nepal

"No meio da avalanche, Deus segurou a minha mão”, narra sobrevivente de tragédia no monte Everest.


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Ernesto Olivares (direita) no Nepal. Avalanche passou a 50 metros dele e do grupo de alpinistas.

Brasília, DF…[ASN] “Estávamos no acampamento base quando iniciou o tremor. A geleira vibrava com o movimento e se quebrava. A nebulosidade que cobria as montanhas que nos cercavam não nos permita enxergar muito. Logo o estrondo começa a aumentar, as montanhas retumbam e tínhamos a sensação de que algo se estava aproximando, mas não víamos nada”, narra Ernesto Olivares Miranda (52), adventista chileno e integrante de uma equipe de montanhistas que estava no monte Everest quando o terremoto de 7,8 graus na escala Richter sacudiu o Nepal no sábado, 25 de abril.

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O acampamento base onde Miranda se encontrava está localizado a 5.360 m de altura. “Foram segundos eternos de incertezas. Olhamos para trás e às nossas costas se aproximava uma nuvem de neve que avançava em grande velocidade. Decidimos esperar alguns segundos para ver se ela nos atingiria. Foi então que decidimos nos jogar no gelo, ao lado de um amontoado de rochas. Por alguns segundos sentimos que sobre nós passava um forte vento e começou a cair neve”, ele conta.

O alpinista relatou à Agência Sul-Americana de Notícias (ASN) que quando eles chegaram para ajudar outras pessoas, o cenário era desolador. “Ajudamos a resgatar os feridos e apenas cobrimos os mortos. Têm sido dias muito tristes. A maioria dos mortos era de cozinheiros e seus ajudantes”, explica.

O milagre

Miranda e sua equipe estavam a 50 metros de onde a avalanche passou. “Nesse momento, roguei a Deus que me permitisse abraçar uma vez mais a minha família. Lembrei-me do Salmo 91 que, justamente na cerimônia que os xerpas nos haviam feito, havíamos lido com o Rodrigo. ‘pois a seus anjos dará ordens para que nos protejam e para que nossos pés não tropecem em alguma pedra’, e naquele momento me apeguei a essa promessa”, contou ele à Rádio da Universidade Adventista do Chile.

Horas depois, o pessoal da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) entrou em contato com o Olivares, via WhatsApp, e foi isso o que ele disse. “Somente hoje conseguimos nos comunicar. O terremoto de sábado provocou uma avalanche no Pumori. A avalanche passou ao nosso lado. Estamos todos bem.”

Landerson Serpa, diretor da ADRA Bangladesh e amigo do chileno, informou à Agência Sul-Americana de Notícias, nesta quarta-feira, 29, que a equipe comandada por Miranda (de acordo com o jornal La Hora de Chile) ainda está na montanha à espera de auxílio. “Ele está aguardando para ser resgatado no acampamento base do Everest, junto a centenas de alpinistas isolados, mas estão bem; embora tristes, devido à morte de 20 pessoas na avalanche”, relatou.

Os meios de comunicação no Chile informaram que desde sábado o alpinista e sua equipe estão ajudando como resgatadores e que escalar o Everest está em segundo plano, pois agora estão se dedicando a ajudar em tudo o que lhes é possível.

Jornalistas adventistas informaram que Ernesto Olivares é adventista há muito anos, e até mesmo já foi entrevistado pela TV Nuevo Tiempo. Giannina Invernizzi, apresentadora do programa Educação, da TV Nuevo Tiempo, conta que “Ernesto é uma pessoa muito boa, muito identificado com a Igreja. Lembro-me de que gravamos seu testemunho para um DVD de Mordomia Cristã”, ela assinala.

Catástrofe no Nepal

Mais de 5 mil pessoas perderam a vida no terremoto ocorrido no Nepal, no último sábado, com intensidade de 7.8 graus na escala Richter. Foram mobilizadas dezenas de organizações não governamentais, como a ADRA, para essa região.

No Everest, “estima-se que vinte pessoas, entre elas oito ocidentais, perderam a vida nessa tremenda avalanche que caiu sobre o campo base”, informou Olivares.

Situação atual

Atualmente, Olivares e sua equipe se encontram no acampamento base do monte Everest, na geleira de Khumbu, e pensam em iniciar a descida em dois ou três dias, “esperando poder ajudar”, informou o alpinista em entrevista à Rádio da Universidade Adventista do Chile. [Equipe ASN, Cárolyn Azo]