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Projeto reabilita moradores de rua no interior de São Paulo

Universitários visitam cidades para conversar, orar e distribuir roupas e alimentos para quem vive nas ruas


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Grupo de voluntários atuam, semanalmente, em projetos que beneficiam crianças, adultos e idosos.

Grupo de voluntários atuam, semanalmente, em projetos que beneficiam crianças, adultos e idosos

Engenheiro Coelho, SP... [ASN] Era sexta-feira. O sol já havia se posto e o vento frio soprava as folhas para o alto. Estava tudo aparentemente igual. Os carros continuavam suas rotas e os faróis iluminavam a calçada. As pessoas passavam indiferentes, fitando o que estava apenas à sua frente. Não haveria nada de diferente das outras sextas, não fosse uma mão estendida acompanhada de uma voz mansa, perguntando: “Como você se chama?”. A partir daquele questionamento, a vida de Cida Marques começou a mudar. A doméstica saiu das ruas há dois anos e lembra como esse encontro foi significativo para ela. “Eles me encontraram na rua e tudo mudou da água para o vinho. Eles me deram comida e não só isso, mas um abraço e um gesto de carinho que na rua a gente não tinha”, conta.

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O último levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontou que 15.905 pessoas em situação de rua estão na cidade de São Paulo. A realidade desse moradores atinge não só a capital paulista, mas também o interior. Mogi Guaçu, cidade com 146.114 habitantes, localizada na Região Metropolitana de Campinas, é um dos municípios que conta com a colaboração do grupo Ajuda Urbana, formado por jovens estudantes do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, no auxílio a essas pessoas. Além de Mogi Guaçu, Cosmópolis também recebe o apoio dos voluntários.

O grupo vai até a cidade todas sextas-feiras para levar roupas, alimentos, cobertores e atenção a pessoas que vivem à margem da sociedade, além de uma palavra amiga. O líder do grupo para a cidade de Mogi, Adriel Morais, explica que a relação com os moradores não é algo superficial, e sim afetiva. “Eles nos consideram como família e toda sexta-feira eles nos esperam. É um momento extraordinário em que eles não estão usando drogas. Eles param para conversar com a gente”, declara.

Além de suprir as necessidades físicas dos moradores, o Ajuda Urbana também contribui para que essas pessoas achem o caminho de volta, conduzindo-os para clínicas de reabilitação aqueles que demonstram interesse em mudar, como aconteceu com Cida Marques.

Projetos missionários fora do país contam com a ajuda estrutural do Numci e da AFM Brasil.

Projetos missionários fora do país contam com a ajuda estrutural do Numci e da AFM Brasil

Apoio estrutural

O Núcleo de Missões e Crescimento de Igreja (Numci) é um órgão ligado ao campus Engenheiro Coelho do Unasp e incentiva projetos missionários locais e internacionais. Fundado em 2007, o departamento tem o objetivo de desenvolver a compreensão e promover a participação de alunos e interessados na missão de evangelismo. O pastor e diretor do NUMCI, Marcelo Dias, comenta que os projetos missionários oferecem a oportunidade para as pessoas experimentarem o verdadeiro sentido da sua fé.

Atuando em parceria com o Numci, o centro universitário conta com a presença do Adventist Frontier Missions Brazil (AFM Brasil), órgão dedicado a missões de longo prazo presente também em outras instituições ligadas à Igreja Adventista do Sétimo Dia. De 2015 para cá, o Unasp enviou cerca de 150 jovens para outros países a cada período de férias. “Buscamos oferecer projetos que sejam significativos, tanto para quem participa como para quem recebe. Isso significa oferecer projetos em graus diferentes de complexidade e localidade para atender aos variados interesses e habilidades”, explica Dias.

Sejam em locais próximos ou distantes, o diretor assegura que o trabalho voluntário pode ser realizado por qualquer pessoa. Porém, esclarece que o principal objetivo da missão não está na vanglória, mas sim no amor ao próximo. “A verdadeira motivação para a missão não combina com holofotes. Missionários não são famosos, são mártires”, pontua.

O ato voluntário transforma a vida de quem recebe a ajuda, mas também de quem a oferece. A universitária Leticia Romero confirma isso e revela sua satisfação com o trabalho e garante que se surpreendeu ao participar. “O Ajuda Urbana me fez enxergar o mundo com outros olhos”, declara a jovem.

O NUMCI trabalha com vários projetos simultâneos, tendo em mente a pesquisa, a produção, o preparo e os projetos a serem realizados em cada missão. Os próximos destinos para as férias escolares que começam em dezembro são Líbano, Grécia, Peru, Amazonas e Moçambique. Outras ações, como ajuda aos moradores de rua, auxílio às crianças que vivem em abrigos e visita à idosos em asilos ocorrem semanalmente. Para participar basta procurar a sede do Núcleo de Missões no Unasp-EC ou entrar em contato pelo site ou Facebook. [Equipe ASN, Ronaldo Pascoal]

Dicas fundamentais para se tornar um voluntário em projetos sociais missionários.

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