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Jovem retorna a Igreja por influência de acampamento de verão e música do DVD Adoradores

Depois de quase sete anos afastado do caminho da fé, Gustavo Mezzomo retornou e se tornou líder distrital de jovens adventistas.


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Cerimônia de batismo que selou o retorno de Mezzomo aconteceu no dia 03 de setembro de 2016.

Sarandi, RS... [ASN] O jovem Gustavo Mezzomo começou a frequentar a igreja quando tinha sete anos de idade, período em que sua mãe, Lorizete, começou a receber estudos bíblicos de um voluntário. Conforme relata o estudante do curso de engenharia civil, foi na igreja adventista da cidade de Sarandi, no Rio Grande do Sul, que aprendeu sobre valores por meio das histórias da Bíblia, contadas pelas professoras da Escola Sabatina. Nos tempos de criança, outra coisa que fazia com que ele se sentisse bem no local era o incentivo dado para desenhar.

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Apenas anos depois, Mezzomo descobriria uma das grandes paixões que moveria boa parte de sua vida: aos nove, foi apresentado ao clube de Desbravadores, que passou a frequentar e não perder uma reunião sequer. “Inclusive, foi em um campori, ocorrido aqui em Sarandi mesmo, que ocorreu o meu batismo. Me lembro até hoje da data, 09 de dezembro de 2006, um dia maravilhoso”, relembra.

Porém, ao longo dos anos e de forma gradativa, alguns adolescentes que compartilhavam da mesma trajetória e gostos que Mezzomo, começaram a perder o interesse pelos assuntos da igreja e, com isso, também deixaram de frequentar as reuniões do clube. A falta de amigos no ambiente começou a influenciar o garoto, que também se sentia preocupado com sua reputação na escola por seguir uma série de princípios que não pareciam combinar com algumas amizades. “Eu me sentia distante dos colegas da escola e queria me parecer mais com eles. Foi então que, quando eu tinha por volta de 12 ou 13 anos, eu acabei saindo da igreja”, conta.

O contato com os adventistas nunca chegou a ser completamente eliminado da rotina do garoto, pelo fato de que a mãe prosseguiu com seu vínculo firme junto à igreja de Sarandi. Mesmo afastado, Mezzomo chegou a participar de um acampamento de verão, programa tradicional que a igreja realiza durante o feriado de carnaval para aproximação dos membros e reflexões espirituais. Em seu relato, fez questão de reforçar que a experiência foi “sensacional”.

"Gosto de dizer que eu deixei de ser um atleta de karatê para ser um atleta de Jesus. Hoje, minha luta é para levar pessoas a Cristo", ressalta Gustavo Mezzomo.

Prática de karatê

Ainda assim, não havia intenção em sua mente de retornar ao caminho da fé. Aos 15 anos, o jovem arranjou um emprego em uma lan house e passou a trabalhar aos sábados. Depois disto, se mostrou aberto a convites para festas realizadas durante o fim de semana e, na mesma época, descobriu uma nova atividade que tomaria grande parte do seu tempo e esforço (inclusive, no sétimo dia da semana): o karatê. Um amigo que trabalhava com Mezzomo praticava a arte marcial e ao descrever com frequência, o estilo e método das aulas, convenceu o jovem a participar aos sábados. “Foi o lugar onde me encontrei. Eu era um dos mais graduados do grupo. Tinha talento para a luta e gostava mesmo do esporte. Sempre fui muito dedicado no que fazia e, durante os treinamentos, não era diferente. Mesmo sendo aos sábados, não perdia um treino. Eu já não sentia Deus na minha vida como antes, como aquele amor que sentia quando criança. Só pensava em aproveitar a vida”, relata.

No ano de 2013, quando tinha 17 anos, um acontecimento faria Mezzomo voltar a orar de maneira fervorosa: seu pai, Wanderlei, foi acometido de um derrame cerebral e ficou internado durante um mês lutando em favor da recuperação. “Foi neste período que meus joelhos caíram ao chão, em oração. Mesmo distante de Deus, eu voltei a sentir a presença dEle e da igreja. A cada dia, recebia apoio dos irmãos. Eles oravam incessantemente pelo meu pai e aquilo me marcou muito”, revela.

O momento em que o pai recebeu alta do hospital seria motivo de gratidão profunda para o jovem, apesar de algumas sequelas que o familiar teve, como a paralisação do lado direito de seu corpo. No mesmo ano, o jovem chegou a frequentar novamente algumas reuniões do clube de Desbravadores, mas a agremiação teria suas atividades encerradas por tempo indeterminado devido há algumas dificuldades. De qualquer maneira, Mezzomo ainda não estava pronto para retornar à igreja.

Em 2015, Mezzomo receberia uma visita de jovens de cidades vizinhas que integravam o projeto Missão Calebe. A atitude de aproximação foi o suficiente para (re)plantar uma semente que viria germinar tempos depois. Novamente, Mezzomo participaria de um acampamento de verão, onde um de seus amigos – também afastado da igreja – seria rebatizado. Cada experiência ocorrida falava mais alto e fazia o jovem refletir sobre como estava a sua vida.

Jovens no acampamento de verão de 2016, onde ocorreu a decisão de Mezzomo.

Ao mesmo tempo, a experiência com o karatê se tornava cada vez mais intensa. Em certo momento, a dedicação do jovem era tão grande que passou a dirigir treinos na ausência do sensei (o professor da arte marcial). Naquele período, Mezzomo chegou a participar de um campeonato, onde ficou em terceiro lugar na classificação final. Ele também tinha a expectativa de receber a sonhada faixa-preta, grau máximo que um lutador de karatê pode alcançar.

Momento de mudança

Porém, ao fim daquele ano, um amigo adventista que sempre manteve contato, o convidou para participar novamente de um acampamento de verão, onde ocorreu o ponto da virada. De alguma maneira, daquela vez, seria diferente. “Fui apenas para descansar, mas senti uma paz em meu coração que não sentia há muito tempo. Ali, vi uma luz para meus problemas, para a minha vida e senti que aquele meu lugar [junto à igreja]. No penúltimo dia, cantamos a música Lá no Céu, do DVD Adoradores. Estávamos todos abraçados, em pé. Eu não conhecia aquela música, mas ela parecia falar diretamente a mim. Foi ali que eu senti estar me perdendo no mundo em busca de falsos prazeres e que somente Deus poderia dar o que eu realmente procurava. Senti uma profunda tristeza por todos os anos que deixei minha mãe sozinha na igreja, mas percebi que era hora para recomeçar”, lembra.

A experiência profunda que Mezzomo teve durante o acampamento, realizado em Santa Bárbara do Sul, teve reflexo nas atitudes tomadas após voltar à Sarandi. Aproveitando o fato de estar de férias do trabalho, decidiu ir à igreja no sábado seguinte, após quase sete anos de afastamento. Em seguida, os jovens que participaram do acampamento o adicionaram em um grupo do WhatsApp no projeto Geração 148 e logo combinaram de encontrar Mezzomo em reuniões de pequeno grupo. O acolhimento deles seria fundamental para que decidisse prosseguir na igreja e tomar a decisão de informar seus chefes de que não trabalharia mais aos sábados.

Mesmo apreensivo, a decisão de Mezzomo seria compreendida pela chefia, que além de não o despedir, encontrou uma pessoa para substituí-lo no trabalho durante o sétimo dia da semana. A partir disto, o retorno do jovem foi selado com a realização do novo batismo, sem que seus familiares ou a igreja soubessem. A cerimônia foi feita no dia 03 de setembro de 2016.

Hoje, Mezzomo é o líder jovem do distrito de igrejas de Sarandi e também foi um dos responsáveis pelo retorno das atividades do clube de Desbravadores da cidade. “Por muito tempo, eu pensei que, para voltar a igreja eu tinha que ser perfeito, mas não. Cristo não me queria perfeito, Ele me queria exatamente do jeito que eu era: cheio de falhas, pecados, para poder me transformar e me moldar. Gosto de dizer que eu deixei de ser um atleta de karatê para ser um atleta de Jesus. Hoje, minha luta é para levar pessoas a Cristo”,  conclui. [Equipe ASN, Willian Vieira]

Ao centro, o jovem participa de ações sociais em Frederico Westphalen.