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Comportamento

Projeto que combate a violência doméstica alcança cidades do interior gaúcho

Diversos departamentos da Igreja combateram, também, o consumo de pornografia.


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desbravadores bocas atadas

Desbravadores de Santa Maria caminharam com fitas adesivas na boca, representando o silêncio que precisa ser quebrado em casos de agressões.

Santa Maria e Sarandi, RS... [ASN] Segundo dados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (AL-RS), mais de 25 mil casos de violência doméstica ocorreram só no ano de 2014. Já se tratando no nível de violência especificamente contra mulheres, os registros são bastante alarmantes. A cada 20 minutos, uma mulher gaúcha sofre algum tipo de abuso ou agressão física dentro de casa. O tempo, que já curto, diminui de maneira brusca quando é avaliada a violência contra mulheres em todo o país. De acordo com a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, em apenas 12 segundos, uma brasileira é agredida dentro de casa. Isto quer dizer que, enquanto você lê o início desta reportagem, pelo menos uma mulher terá sido molestada em seu próprio lar.

Para tentar mudar esse quadro macabro e estimular as vítimas a denunciar seus algozes, a Igreja Adventista do Sétimo Dia organiza, desde 2002, o projeto Quebrando o Silêncio, uma campanha educativa caracterizada por passeatas, fóruns e manifestações em oito países sul-americanos durante todo o ano, mas que tem sua maior ação no quarto sábado de agosto.

Na cidade gaúcha de Sarandi, norte do estado, os adventistas colocaram o projeto em prática e organizaram uma passeata com cartazes, revistas e folhetos com dados preocupantes sobre índices de violência. Já em Santa Maria, os desbravadores, aventureiros e alunos do colégio adventista do município marcharam juntos pelos ideais do projeto. “Todos os dias, a mídia nos apresenta um quadro assustador de violência. Para combater isso, nós, como cristãos, temos o dever de conscientizar essas pessoas que são vítimas de que é preciso dar um basta e acabar com esse ciclo agressivo que só degrada”, ressalta Silvana Pedroso, diretora do Ministério da Mulher e do Clube de Desbravadores da IASD central de Santa Maria.

A manifestação teve início em frente ao Colégio Adventista e se estendeu até a praça Saldanha Marinho, no centro. Personagens da Turma do Nosso Amiguinho e uma banda marcial formada por participantes do clube de Desbravadores chamavam a atenção de quem passava pelo local. Cartazes com alertas sobre as consequências da violência e o número de telefone para onde as denúncias devem ser encaminhadas, eram erguidos pelos demais participantes.

Bocas atadas

Para chamar ainda mais atenção das pessoas, os aventureiros e desbravadores participaram da caminhada com fitas adesivas na boca e desenhos de hematomas no rosto. “Essas fitas representam

Jovens de Sarandi (RS) chamaram atenção para os efeitos da violência. Foto: Elizeu Ortiz

Jovens de Sarandi (RS) chamaram atenção para os efeitos da violência. (Foto: Elizeu Ortiz)

o silêncio das crianças e mulheres que são agredidos e ameaçados. Tal silêncio que precisa ser quebrado através de denúncias e do desabafo das vítimas. Já os hematomas fictícios não simbolizam apenas as marcas físicas da violência, mas também as cicatrizes mentais, sociais e emocionais que uma vida de agressão gera na pessoa. Essas sim são mais difíceis de serem sanadas”, reflete Silvana.

Além de abordar os casos de violência doméstica, o projeto Quebrando o Silêncio desse ano atentou para os problemas gerados pelo consumo de pornografia. Um levantamento feito pelo site Just 1 Click Away mostrou que quatro de cada cinco buscas feitas na internet são sobre conteúdos eróticos. “O consumo de conteúdos pornográficos tem muito a ver com os dados de violência contra mulheres e crianças. Centenas de especialistas comprovam que o consumo dessas coisas prejudica o próprio cérebro e a convivência familiar, abrindo caminho para a violência. Além disso, existe a problemática da pornografia infantil. O crescimento desta tem se configurado como uma nova forma de exploração das crianças e o estímulo a pedofilia”, pontua Mírian Jacinto, diretora do Ministério da Criança da IASD para todo noroeste rio-grandense. [Equipe ASN, Douglas Pessoa]