No auditório, universitários e professores acompanharam os debates.

Vitória, ES… [ASN]A discussão entre as teorias do evolucionismo e criacionismo já dura anos e, cada uma em seu campo de pesquisa, gera dúvidas diversas. Geralmente, a evolução é tratada como algo que pode ser provado cientificamente, restando ao criacionismo o rótulo de teoria da fé. Mas e se o criacionismo fosse abordado do ponto de vista científico, citando, por exemplo, áreas como a química e biologia? Essa foi uma das propostas do seminário “A Filosofia das Origens”, realizado por membros da Sociedade Criacionista Brasileira (SCB), em Vitória, neste fim de semana (3 e 4 e junho).

O evento, promovido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia para as regiões central e norte do Espírito Santo, atingiu um público formado por universitários e professores, de diversas universidades e cursos. Entre os palestrantes, o físico Airton Deppman, o geólogo Nahor Neves de Souza Júnior, o bioquímico Tarcísio da Silva Vieira e os biólogos Roberto Cesar de Azevedo e Queila de Souza Garcia.  Na programação, palestras, discussões, sorteios e filmes.

A abordagem tratou de temas relativos às diferentes estruturas conceituais, paradigmas e cosmovisões que tentam explicar a origem da Terra e da vida, de uma forma que não é explanada, comumente, em meios de comunicação, livros didáticos e salas de aula. “ Geralmente, os meios defendem o evolucionismo, que pressupõe o acaso como explicação para as origens, do universo e sistema solar, por exemplo. Nossa finalidade é mostrar que existe um modelo alternativo que aponta, através de evidências científicas, que há um planejamento com propósito em todas as coisas que são observáveis na natureza. Logo, se há um planejamento, há planejador”, explica o presidente da SCB, Ruy Vieira - ex-professor da USP e do ITA, consultor do Plano das Nações Unidas para o Desenvolvimento Tecnológico e representante do MEC no Conselho da Agência Espacial Brasileira.

A professora de matemática Jéssica Schultz achou os assuntos interessantes, com destaque para uma palestra sobre química. “ Vi que muitas coisas que aprendi ao longo da minha trajetória acadêmica podem ser questionadas. Hoje entendendo que uma pessoa que não acredita na Bíblia tem provas suficientes na ciência e na própria natureza de que o criacionismo explica as origens”, opina.

O universitário Flávio Rodrigues participou dos dois dias de evento.

Já o universitário Flávio Rodrigues dos Santos acredita que há limitações tanto na fé, como na ciência. Porém, acha que é possível conviver entre os dois campos, respeitando os limites e absorvendo o que cada um proporciona. “ Percebi pontos com falhas teóricas no próprio discurso da teoria evolucionista, conforme retratado em uma das palestras, além de evidências científicas que questionam essas falhas. Sem dúvidas estou mais motivado a defender o que eu acredito baseado em fatos concretos”, disse.

A Sociedade Criacionista Brasileira (SCB) é um dos maiores grupos criacionista do Brasil. Fundada em 1972, é uma organização sem fins lucrativos, voltada a publicação de literaturas em português voltadas a controvérsia Criação vs. Evolução. No site http://www.scb.org.br/scb/ é possível assistir vídeos e fazer a leitura de vários materiais sobre temáticas variadas, como astronomia, física, biologia e a Bíblia. [Equipe ASN, Ayanne Karoline]