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Encontro de Criacionismo prepara estudantes para ambiente universitário

Programa reuniu 1.400 pessoas e debateu importância de defender a fé na visão criacionista.


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Alunos das Escolas Adventistas do Distrito Federal e entorno apresentaram trabalhos sobre o criacionismo.

Brasília, DF... [ASN] Era o primeiro dia de aula de Weffenberg Teixeira na faculdade. E lá estava ele, matriculado na Universidade Católica de Brasília no curso de seus sonhos: Biologia. Embora sonhasse com esse curso, ele sabia que ao entrar na faculdade enfrentaria muitos debates relacionados ao evolucionismo. Foi o que aconteceu logo no primeiro dia, exatamente na primeira disciplina do curso, Biologia Evolutiva.

A professora começou a falar sobre o evolucionismo e colocou o que estava dizendo como verdade absoluta. Disse que quem discute ciência e religião na universidade não tem vez. Em seguida, a professora perguntou se todos concordavam com ela. “Olhei para os lados e ninguém disse nada, mas levantei meu braço e expus a minha opinião. Falei que eu era um criacionista, o que gerou uma certa revolta nela”, conta o estudante.

A situação que Teixeira enfrentou na faculdade não é algo incomum. Todos os dias, diversos jovens cristãos passam por circunstâncias como essa, mas nem sempre são fortes o suficiente para sustentar sua crença. Muitos jovens abandonam tudo o que lhes ensinaram na infância quando ingressam no ambiente acadêmico. Diante de tantos confrontos, muitos são levados com as ideias da multidão. Passam a desacreditar em Deus e dão importância a outros pensamentos e teorias.

Fortalecendo a fé na criação

Com o objetivo de fortalecer a fé dos estudantes de ensino médio e de universitários na criação de Deus, a Rede Adventista de Educação no Distrito Federal e cidades do entorno realizou um encontro intitulado: Criacionismo no século XXI. O evento foi realizado no período da manhã e da tarde do sábado, 27 de setembro, na igreja adventista de Taguatinga Norte, no Distrito Federal. Por meio de palestras, exposições de trabalhos dos próprios alunos e apresentações musicais, a proposta do encontro foi alcançada. Em torno de 1.400 estiveram presentes, entre adolescentes, jovens e a comunidade da igreja. Dois convidados também participaram do evento, o biólogo e historiador Márcio Fraiberg, mestre em Ciência e Matemática e doutor em Educação; e o químico e biólogo Tarcísio Vieira, mestre em Química Orgânica.

Para os alunos do ensino médio que acompanharam a programação, o evento foi de grande relevância para que eles se preparem para os desafios que veem à frente. “A gente ouve falar do criacionismo, mas é muito superficial. Através dessa programação podemos nos aprofundar no assunto”, afirma Brenda Castro, aluna do 2o ano do ensino médio no Colégio Adventista de Taguatinga (CEAT). Marcos Felipe, aluno do 3o ano do ensino médio no Colégio Adventista do Gama (CEAG), apresentou um trabalho no evento sobre História e Evidências da Existência de Deus. “Tudo na Terra comprova que Deus existe, desde a sua história, a natureza e o próprio ser humano comprova que Ele existe“, conclui.

Na quinta-feira antes do Encontro de Criacionismo, Aleksander Gabriel, aluno do 3o ano do ensino médio do Colégio Adventista de Taguatinga (CEAT) assistiu  à palestra com Martin Chalfie, ganhador do Prêmio Nobel de Química. “Os professores comentam que é bastante pertinente a gente ter contato com os dois pontos de vista, com pessoas que creem no criacionismo e com pessoas que defendem o evolucionismo“, lembra o estudante.

O embate na universidade

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A música também foi uma forma de falar do Deus criador. O Coral Jovem de Brasília, Coral Multivoz e Coral Jovem do Gama Oeste participaram.

Os universitários que estiveram presentes no Encontro de Criacionismo também foram incentivados a pesquisar mais sobre o assunto e a estarem prontos para defender o que creem. “Há sempre várias perguntas sobre o criacionismo em todo lugar que você vai, e é bom sempre estar preparada”, afirma Iamara Sousa, estudante do 5o período de Ciências Contábeis na UniCEUB, em Taguatinga. Segundo Iamara, na faculdade de Ciências Contábeis o ambiente crítico é mais tranquilo. Mas quando envolve os colegas da turma, as críticas não são poupadas. “Uns acham que é ignorância da nossa parte, mas uma boa parte dos meus colegas também acredita na Bíblia. Mas quando vemos alguém que não acredita é difícil tentar se defender“, confessa.

Desde quando Teixeira passou por aquele episódio em seu primeiro dia de aula na faculdade, ele sempre sonhava com um encontro de criacionismo como esse. “Eventos como esse têm que ser explorados e têm que acontecer ano após ano na nossa igreja e nas escolas adventistas”, enfatiza o futuro biólogo.

Samara Tavares é aluna do 6o período de Relações Internacionais no Centro Universitário IESB, em Brasília. Em uma das aulas de Direitos Humanos, seu professor começou a voltar nos tempos de Abraão e disse que os direitos humanos já haviam se iniciado naquele período. Samara achou interessante, mas depois ele começou a deturpar toda a história do personagem bíblico. “Aí você começa a confrontar, mas o professor não aceita ser questionado em relação a isso. É como se dissesse assim ‘fica na sua pois a gente não aceita a sua fé aqui‘”, conta. Apesar de tantas críticas e embates, Samara é firme no que acredita. “Nada disso põe em cheque a minha fé, aliás, isso fortalece de certo modo, pois você vê o que o inimigo gosta de fazer na sua frente”, ressalta.

Envolvimento no assunto

Desde maio deste ano, os alunos estão desenvolvendo trabalhos relacionados a esse assunto. Eles se organizaram em grupos sob a orientação de professores, escreveram projetos e apresentaram no mês de julho por meio de seminários, banners e folders. “Fiquei muito feliz porque o que vimos aqui foi o resultado de um semestre de pesquisas e uma das contribuições desse evento foi o desafio lançado para os alunos quanto à necessidade de buscarem um maior embasamento teórico para a defesa da fé no Deus Criador”, ressalta a professora Eleni Wordell, coordenadora pedagógica da Rede de Educação Adventista no Distrito Federal e entorno (APLaC). “O envolvimento deles nos surpreendeu. Temos alunos de várias religiões e todos se envolveram de tal maneira que hoje eles conseguem defender de uma maneira inteligente as ideias criacionistas”, se alegra a professora Ana Paula Magione, que leciona História e Geografia no CEAT.

O evento proporcionou um momento de interação entre os alunos e os convidados para esclarecerem dúvidas e debaterem assuntos relacionados ao criacionismo e evolucionismo. Fabrício falou sobre a relação da química com o criacionismo e ao compartilhar um pouco de sua experiência, de ateu a um adventista do sétimo dia, mostrou as evidências que temos para acreditar em Deus através dessa área tão rica em detalhes. “Pela fé acredito que Deus criou a vida e pela Química eu entendo que a vida não pode surgir de modo espontâneo.”

Um dos assuntos discutidos foi a postura do cristão na universidade. De acordo com Fraiberg, a preparação do jovem para enfrentar o meio acadêmico vai além de conhecimento. “Talvez essa preparação que estamos buscando seja uma preparação de caráter”, sugere. Além disso, ele comentou que o cristão deve ser conhecido pelas suas atitudes, pelas suas boas notas e excelente desempenho. Teixeira, que no primeiro dia de aula na universidade foi confrontado com sua crença, tem buscado essa realidade.  [Equipe ASN, Deborah Lessa]