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Adventistas de Bataguassu (MS) mudam a vida de morador de rua

Membros da igreja adventista de Bataguassu, cidade a 342 quilômetros da capital Campo Grande, experimentaram o verdadeiro serviço cristão.


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Bataguassu, MS...[ASN] A lição da Escola Sabatina desse trimestre tem destacado o papel da igreja na comunidade em que está inserida. E na prática, membros da igreja adventista de Bataguassu, cidade a 342 quilômetros da capital Campo Grande, - experimentaram o verdadeiro serviço cristão. “O primeiro contato que tive com o seo Amarildo foi na igreja. Ele ia visitar e assistir à programação e percebi que ele não era membro, pois ali todo mundo se conhece. Me aproximei dele, me apresentei e surgiu uma amizade”, conta a esteticista Glauce Coutinho.

Membros da igreja de Bataguassu, com Amarildo, na ônibus abandonado que servia como moradia para o ex-morador de rua.

Membros da igreja de Bataguassu, com Amarildo, na ônibus abandonado que servia como moradia para o ex-morador de rua.

O ‘seo’ Amarildo, como ficou conhecido entre os membros da igreja, é nascido em Osasco, São Paulo, mas após perder a mãe, mudou-se para a capital do Amazonas, Manaus, onde viveu até chegar a Bataguassu. “Quando o culto terminou fui atrás dele para conversar e saber mais sobre sua vida e ele me deu o endereço. Para minha surpresa, descobri que ele vivia em um ônibus abandonado, atrás de um posto de gasolina, sem dinheiro para comer, sem roupas para se trocar, em uma situação precária”, diz.

De acordo com a esteticista, o que mais chamou a atenção foi que em nenhum momento ele foi até à igreja para pedir ajuda, mas para assistir ao culto. “Eu só tomei conhecimento das necessidades dele porque eu perguntei, em momento algum ele pediu dinheiro, comida, ajuda. Ele estava ali como expectador do culto”, lembra Glauce.

Os calebes também contribuíram para a mudança de vida do 'seo' Amarildo.

Os calebes também contribuíram para a mudança de vida do 'seo' Amarildo.

A história do morador de rua impressiona. Segundo contou aos membros da igreja, ele chegou a Bataguassu para se aposentar, pois sofreu um grave acidente de carro em São Paulo e ficou entre a vida e a morte. “Após o acidente ele ficou oito meses no hospital e 22 dias em coma. Ele acredita que Deus permitiu tudo isso porque ele nunca tinha tempo para estudar a Bíblia e hoje, cada oportunidade que ele tem de ouvir sobre Deus ele aproveita”, destaca.

Amarildo já foi pedreiro, trabalhou em indústria e teve diversos empregos ao longo da vida. Mas, atualmente desempregado, ele vivia embaixo de uma árvore e dependia da ajuda das pessoas para sobreviver. Até que conseguiu se alojar em um ônibus abandonado, sem vidros, sem bancos, sem conforto algum, apenas um local para se proteger do sol e da chuva. “Quando conhecemos a história dele, o pessoal da igreja uniu forças para reformar o ônibus e dar mais conforto a ele. Mas um dia antes da reforma, o dono do ônibus, mesmo estando abandonado, pediu para o Amarildo sair de lá. Com isso, outro jovem da nossa igreja o abrigou em sua casa. E outro membro da nossa igreja ofereceu estudo bíblico para ele”, conta José Lino Neto, pastor local.

De lá pra cá, um mês se passou e o ‘seo’ Amarildo está frequentando a igreja e se dedicando aos estudos. “Os membros da igreja, junto com a comunidade local, têm ajudado com relação à alimentação dele e no próximo dia 1° de setembro ele passará por perícia no INSS, para dar entrada em sua tão sonhada aposentadoria”, explica Glauce.

Glauce (à esquerda), através da amizade dela com Amarildo, tudo começou e hoje, o ex-morador de rua, tem casa, frequenta a igreja onde tem amigos e aguarda por sua aposentadoria.

Glauce (à esquerda), através da amizade dela com Amarildo, tudo começou e hoje, o ex-morador de rua tem casa, frequenta a igreja onde tem amigos e aguarda por sua aposentadoria.

Hoje, o agora ex-morador de rua está morando em um cômodo alugado e continua frequentando a igreja adventista central de Bataguassu. “Creio que pra nós, como igreja, foi um baita exemplo de como auxiliar a comunidade não só com o espiritual, mas com aquilo que na hora ele precisava, como comida, casa, roupas e atenção”, pontua Lino.

Ainda segundo Glauce, pelas cidades por onde passava, seo Amarildo procurava uma igreja adventista e costumava assistir às programações. Quando chegou em Bataguassu fez o mesmo que costumava fazer em outros municípios, mas desta vez foi diferente. “Quando o conhecemos melhor e já estávamos procurando maneiras de ajudá-lo, um de nossos anciãos o presentou com uma Bíblia. Ele se emocionou muito e até hoje carrega a Bíblia para todos os lados”, emociona-se.

Para Glauce e para toda a igreja adventista de Bataguassu, a lição que fica é essa “Estamos estudando sobre a importância de ajudar o próximo e a história do Amarildo foi muito importante para a nossa igreja. Acredito que os verdadeiros ‘ajudados’ fomos nós”, conclui. [Equipe ASN, Rebeca Silvestrin]

Fotos: José Lino Neto