Notícias Adventistas

Coluna | Paulo Coelho

As novas regras para a aposentadoria e suas implicações

Saiba como se planejar financeiramente para viver com tranquilidade no futuro


  • Compartilhar:

No artigo anterior havia anunciado uma série sobre os três grandes segmentos de investimentos. No entanto, há poucos dias o Poder Executivo do Brasil enviou para o Poder Legislativo uma proposta para alterar a forma da concessão dos benefícios previdenciários para os trabalhadores brasileiros. Diante disso, nada mais apropriado do que abordar essa questão primeiro.

Leia também:

Segundo a nova proposta, o tempo mínimo de contribuição passa de 15 para 25 anos. A idade para a aposentadoria, que era de 60 anos para homens e 55 para mulheres, passará a ser 65 anos para ambos os sexos. Ao fazer meu cálculo segundo a nova regra, descobri que ao invés de obter a aposentadoria em julho de 2034, quando estaria com 60 anos completos, isso só acontecerá em julho de 2039, ao atingir os 65. Mesmo trabalhando cinco anos a mais, não terei a condição de receber o valor completo, pois não terei os 49 anos de contribuição exigidos pelo novo texto da proposta de lei, que anteriormente era de 35 anos.

Em um mundo onde a competitividade é crescente, onde a tecnologia se renova a cada momento, será que todos terão condições físicas, mentais e emocionais para garantir a empregabilidade até o momento da aposentadoria? De olho nesse cenário, parece prudente criar a própria aposentadoria e não depender do Estado, pois esta não foi a primeira e nem será a última mudança nas regras da aposentadoria.

Mas para estabelecer sua própria aposentadoria é preciso introduzir a educação financeira na rotina de vida.

Para começar, separe um valor mensal para esta finalidade. A quantia vai depender de sua idade atual e da idade em que planeja se aposentar. Investindo 10% da renda por 35 anos a juros reais de 0,5% ao mês, será possível receber a mesma renda que sempre recebeu por 21 anos. Para quem dispõe de 25 anos para acumular a reserva, será necessário investir 20% da renda a juros reais de 0,5% ao mês para chegar ao mesmo resultado.

Onde investir?

Como havia falado no artigo anterior, basicamente existem três grandes segmentos de investimento: renda fixa, renda variável e imóveis. Dentro deles existem subgrupos, tais como renda fixa pós e pré-fixado, renda variável listada na Bolsa de Valores ou cotadas como private equity e imóveis residenciais ou comerciais. Existem investimentos para os mais conservadores e para os que gostam de correr riscos. Nos próximos textos aprofundaremos a abordagem sobre cada um deles.

Ao entender onde está o risco, fica mais fácil decidir onde investir. Assim, precisamos saber quem está emitindo o título para saber seu grau de risco. Quando vamos ao banco e investimos num CDB (Certificado de Depósito Bancário), estamos comprando o risco do banco que o emitiu. Quando investimos em debêntures, estamos comprando o risco da empresa que emitiu este título. Quando investimos no Tesouro Direto ou qualquer outro título emitido pelo governo, estamos comprando o risco do País.

Para sabermos qual é o mais conservador, fazemos a pergunta: “Entre o banco, a empresa e o governo, qual dos três tem a maior probabilidade de remunerar o valor que investi no título emitido por ele?” Quanto mais certeza de recebimento do valor investido, menor será o risco. Para quem gosta deste tipo de investimento, chamamos de investidor conservador. No entanto, pode ser que você goste de correr riscos e pense: “Esta empresa não é tão segura, mas a remuneração que ela está disposta a pagar é muito maior.” Esse é o investidor agressivo. Existem pessoas que ficam entre o conservador e o agressivo. Minha dica é: diversifique.

Pensando em se resguardar quanto ao futuro financeiro pessoal, sempre é válido reforçar que toda escolha deve ser feita com sabedoria. Eclesiastes 7:12 nos lembra que “a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento dá a vida ao seu possuidor.”

Paulo Coelho

Paulo Coelho

Finanças em dia

Dicas, orientações e conselhos sobre como manter as contas pessoais em dia levando em conta a Bíblia.

Administrador, pós-graduado em Gestão Executiva em Fundos de Pensão, possui MBA em Gestão Financeira de Mercado de Capitais e mestrado em Liderança pela Universidade Andrews.