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Coluna | Neila Oliveira

Quem é o seu mestre?

Será que os aparente inocentes minions têm algo a ver com o fato da escolha sobre quem é o mestre da vida das crianças?


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O aniversário de dez anos de meu filho mais novo estava chegando, e eu não tinha ideia do tema que deveríamos escolher. Quando se tem dois meninos, parece que as opções se esgotam mais rápido. Foi então que uma amiga me mostrou um site na internet com temas prontos, incluindo todo o material para organizar uma festa inteira. Como ele gostava das criaturinhas amarelas, divertidas e loucas por banana do desenho Meu Malvado Favorito, por que não escolher o tema dos Minions? Estava tudo pronto mesmo. Bastava imprimir as embalagens e preparar os quitutes.

Isso aconteceu mais de um ano atrás. Já pesquisava fazia algum tempo sobre algumas estratégias que, em minha opinião, estavam sendo usadas para envolver as crianças e apresentar a elas assuntos bastante questionáveis. Assuntos que poderiam, inclusive, comprometer a salvação eterna delas e confesso que também caí na armadilha. Foi apenas quando vi o trailer do filme em que agora as tais criaturinhas, aparentemente inofensivas, tornaram-se os protagonistas que comecei a entender qual era a grande questão.

A apresentação do filme começa com as seguintes palavras, enquanto os personagens principais saem do mar, numa clara alusão a uma linha evolutiva: “Os minions estão neste planeta há mais tempo que nós. Eles têm vários nomes...” Então, enquanto nos distraímos vendo um dinossauro pisar em uma criatura anfíbia que estava à frente dos personagens, a narração continua: “todos têm o mesmo objetivo: servir o vilão mais malvado do mundo.” Na sequência, aparecem todos os vilões a quem os minions tentaram servir ao longo de eras: um Tiranossauro Rex, um homem das cavernas, um faraó no Egito, o general Napoleão e o conde Drácula. Usando uma linguagem indecifrável, a não ser por algumas poucas palavras conhecidas, eles conquistam a simpatia de crianças e adultos, que passam a torcer para que realmente encontrem o mestre mais malvado, a quem eles poderão servir com toda a dedicação e pureza de sentimentos.

Em sua jornada, três dos minions vão parar em Nova York, onde conhecem Scarlet, uma vilã que os incumbe de roubar a coroa da rainha da Inglaterra. Isso acontece 42 anos antes de passarem a servir Gru, o personagem principal do primeiro filme em que eles apareceram. Tem se tornado quase um padrão de algumas companhias de entretenimento recontar histórias conhecidas, mostrando o “antes”. A Disney já havia usado essa fórmula no filme Malévola, para contar o que aconteceu antes da personagem se tornar a terrível vilã do clássico A Bela Adormecida. A Warner Bros., em parceria com J. K. Rowling, também lançou um filme para contar a história 70 anos antes de Harry Potter. Agora a Universal usa a mesma estratégia.

Eu já havia lido alguma coisa sobre mensagens em Meu Malvado Favorito, como o G na roupa dos minions, que, segundo alguns, remete ao símbolo maçônico do Grande Arquiteto; a fixação da pequena Agnes pelo unicórnio (ser mitológico cuja origem não tem nada de inocente). Mas o que realmente chamou minha atenção neste novo desenho, além do ensino claro do evolucionismo, foi a frase: “Todos têm o mesmo objetivo: servir o vilão mais malvado do mundo.”

Depois de Gru ser apresentado como um vilão bonzinho, por quem acabamos nutrindo certa simpatia, agora fica ainda mais clara a função dos minions: servir ao vilão. Você consegue enxergar a analogia contida aqui?

Permita-me usar um texto da Bíblia que pode trazer luz à questão. Está em Hebreus 1:14, e diz o seguinte: “Os anjos não são, todos eles, espíritos ministradores enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação?”

Agora pense na grande rebelião que houve no Céu. A Bíblia nos diz que Lúcifer, que antes foi um querubim, e que esteve bem próximo do trono de Deus, convenceu a terça parte dos anjos a servi-lo em vez de continuarem servindo Àquele que os havia criado. Depois da guerra na qual Miguel lutou contra Satanás [o adversário], os anjos passaram a servir àquele a quem cada um escolheu como mestre (Apocalipse 12:9).

Certa ocasião, enquanto estava realizando uma tarefa corriqueira em casa, me veio à mente o texto de Mateus 24:24, em que Jesus revelava aos discípulos as estratégias que o inimigo usaria para enganar, se possível, até os escolhidos. Fiquei incomodada e me lembro de ter orado: “Senhor, tenho filhos pequenos ainda e uma grande responsabilidade repousa sobre mim. Será que vou reconhecer os enganos de Satanás?” A resposta foi simples: “todos que quiserem e Me buscarem vão saber”.

Sabe, a verdade está à nossa disposição, mas tenho me perguntado se realmente queremos conhecê-la e se estamos buscando a Deus da forma correta para que nossos olhos sejam abertos.

Veja este texto esclarecedor a respeito das estratégias de Satanás: “Enquanto estivermos em ignorância no que respeita a seus ardis [do inimigo e dos anjos que o elegeram como mestre], têm eles vantagem quase inconcebível; muitos dão atenção às suas sugestões, supondo, entretanto, estar seguindo os ditames de sua própria sabedoria. É por isso que, aproximando-nos do final do tempo, quando Satanás deverá trabalhar com o máximo poder para enganar e destruir, espalha ele por toda parte a crença de que não existe. É sua política se ocultar e agir às escondidas” (A Verdade Sobre os Anjos, página 6, Ellen White).

Depois de ter essa noção, sentei com meu filho e lhe mostrei a mensagem oculta que agora se tornara tão clara. Ele compreendeu e decidimos que em nossa casa não deveria ter espaço para qualquer coisa que fizesse referência aos anjos maus, ainda que eles parecessem “tão fofinhos”.

Agora, você também sabe...

Neila Oliveira

Neila Oliveira

Geração Escolhida

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Licenciada e pós-graduada em Letras, trabalha na redação da Casa Publicadora Brasileira (CPB) há mais de 30 anos. É autora de livros infanto-juvenis e coordenadora editorial da Lição da Escola Sabatina dos adolescentes.