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Coluna | Luiz Gustavo Assis e Marina Garner

Argumento Cosmológico e o Ton

Um dos grandes argumentos racionais para a existência de Deus é chamado “Argumento Cosmológico” ou “Argumento Kalam”. A pressuposição desse argumento me lembra algumas histórias. Antes de nos mudarmos para os EUA, tínhamos um cachorro chamado Ackenat...


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Um dos grandes argumentos racionais para a existência de Deus é chamado “Argumento Cosmológico” ou “Argumento Kalam”. A pressuposição desse argumento me lembra algumas histórias. Antes de nos mudarmos para os EUA, tínhamos um cachorro chamado Ackenaton (em homenagem ao único faraó egípcio que era monoteísta, mas por ser muito difícil, acabávamos o chamando de Ton mesmo). Era um amor de cachorro da raça maltês, mas, por ser um cachorro muito dependente, não gostava nem um pouco de ser deixado sozinho!
Como tínhamos que trabalhar, muitas vezes deixávamos o inconformado Ton sozinho algumas horas no nosso apartamento. Era aí a oportunidade da vingança e, ao retornar para casa, era bem possível ver alguma modificação como efeito de sua raiva. O engraçado era que, enquanto não nos dávamos conta de nada, ele vinha faceiro pra nosso lado com uma acalorada saudação, mas assim que ele via que havíamos percebido o que ele fez, sentindo o peso da culpa, corria para debaixo da cama.
O que isso tem a ver com o argumento cosmológico? Bem, a primeira premissa do argumento cosmológico é que tudo que é material tem uma causa. Desde papel higiênico espalhado pela casa até o carro na sua garagem, tudo tem uma causa prévia. Parece simples, mas é diante dessa realidade que podemos contruir o restante das premissas deste argumento:

  1. Tudo que existe tem uma causa.
  2. O universo existe.
  3. Portanto, o universo tem uma causa.

Esta proposta se tornou ainda mais atraente depois dos anos 60, quando se percebeu que o universo não é infinito. Veja bem, se o universo fosse infinito os cientistas poderiam facilmente dizer que o universo não precisa de uma causa inicial, pois ele sempre existiu! Porém, hoje esta possibilidade já foi descartada. Agora, se o universo teve um ponto inicial, o que importa não é tanto quando, mas como. Para isso, precisamos entender que esta causa inicial necessariamente precisaria ter as seguintes prerrogativas:

  1. Algo onipotente (para trazer tudo a existência do nada)
  2. Algo infinito (não necessita de causa inicial)
  3. Algo pessoal (para criar seres pessoais)

Conhece alguém assim?

Luiz Gustavo Assis e Marina Garner

Luiz Gustavo Assis e Marina Garner

FÉ RACIONAL

Arqueologia bíblica e filosofia.

Bacharel em Teologia pelo UNASP C2 (2007). Trabalhou como Capelão e Professor de Ensino Religioso no Colégio Adventista de Esteio, RS, e como Pastor Distrital em Caxias do Sul e em Porto Alegre, RS. Atualmente está fazendo seu mestrado em Arqueologia do Oriente Médio e Línguas Semíticas na Trinity International University, nos EUA. Marina Garner é Mestrando em Filosofia da Religião na Trinity International University e Bacharel em Teologia pelo UNASP C2 (2009). Sua área de pesquisa é Filosofia da Religião.