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Coluna | Hildemar Santos

Videogames para a saúde

Jogos eletrônicos podem contribuir para a construção de um estilo de vida saudável? Veja.


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Jogos que exigem a realização de atividades físicas ganharam mercado nos últimos anos

Em uma de nossas pesquisas na Universidade Loma Linda, investigamos qual o valor dos videogames com exercícios (jogos eletrônicos com atividade física). O resultado foi publicado no jornal Global Pediatric Health (Volume 3:1-6, 2016) e descreveu os videogames que têm um componente de exercício – o que vamos chamar aqui de “exergames”. Os mais conhecidos são o Wii, Dance-dance revolution (DDR) e aqueles que se jogam no PlayStation.

Nosso estudo comprovou que há um gasto calórico durante o exergame semelhante ao de uma caminhada. Os jogos de boxe e beisebol foram os que obtiveram o maior gasto energético. Porém, o resultado mais importante do estudo foi o fato de que as crianças aumentaram sua autoconfiança (self efficacy) ao jogar os exergames, e 96% delas começaram a praticar o esporte real depois da fase de estudos.

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Eu diria que essa modalidade não substitui o exercício ao ar livre, que considero o mais importante. No entanto, se você tem problema com os filhos que ficam várias horas sentados jogando videogames, esta é uma opção saudável. E mesmo para alguns de nós, adultos, se temos uma vida mais sedentária, essa prática pode ajudar.

Lembre-se que tenho escrito muito a respeito das vantagens da atividade física, mesmo não sendo exercícios praticados em um ginásio. A simples prática de atividades durante o dia, como caminhar, subir ou descer escadas, trabalhar no jardim e mesmo as tarefas da casa, são exercícios e valem como tal. Nesta lista, quem sabe poderíamos adicionar o exergame. Por que não?

E mais: para aqueles que não tem motivação para fazer exercício, aí está uma nova opção. E, talvez, para os mais idosos, que não tem mais a capacidade de praticar os exercícios reais, esta seria uma alternativa válida, já que os riscos de acidentes, quedas e contusões são realmente baixos.

O que está na moda agora é o tal de Pokémon Go. Não vou entrar em detalhes sobre o efeito psicológico do mesmo ou se o jogo produz adição ou não. Na verdade, hoje em dia as pessoas ficam viciadas em praticamente qualquer coisa. Assim, é preciso desenvolver um equilíbrio mesmo com os videogames. Os jovens podem praticá-los, mas isto sem interferir em sua vida, seus estudos e sua vida espiritual. Isto vale para todos os jogos eletrônicos e mesmo para a televisão, tablet, smartphones e computador. Deve haver limites.

Em minha casa, por algum tempo, abriguei um rapaz que veio de outro país para estudar na escola secundária de Loma Linda. Éramos seus pais “adotivos”. Porém, ele era viciado em jogos eletrônicos de computador. Ficava a noite inteira jogando e às vezes jogava em dois computadores ao mesmo tempo. Desta forma, seu estilo de vida foi tomado de maneira que não havia tempo para dormir. Quando pressionamos o rapaz para mudar, ele mudou, mas de residência.

Finalmente, a mensagem é que existem jogos eletrônicos no mercado que podem ser utilizados para o benefício da família. Um dia fomos convidados a ir a um jantar com amigos que tinham o Wii. Depois da refeição, tivemos ótimos momentos com os jogos, nos divertimos e, ao mesmo tempo, praticamos exercícios.

Verso para meditação

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” Filipenses 4:8.

Assim, se o jogo eletrônico não envolve matanças ou violência, produz momentos de qualidade com a família e ao mesmo tempo exercício, penso que há virtude no mesmo.

Hildemar Santos

Hildemar Santos

Saúde e Espiritualidade

Como prevenir doenças e ter uma vida saudável.

Médico e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Loma Linda, nos Estados Unidos