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Coluna | Felipe Lemos

A visão de Deus para as crianças

Duas vidas bastante diferentes e que ensinam algumas lições. Uma é a do garoto Tanishq Abraham. Com apenas nove anos de idade, já queria ingressar em uma faculdade. Aos quatro anos, sim, aos quatro anos de idade ele entrou para a Mensa, uma sociedade...


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Duas vidas bastante diferentes e que ensinam algumas lições. Uma é a do garoto Tanishq Abraham. Com apenas nove anos de idade, já queria ingressar em uma faculdade. Aos quatro anos, sim, aos quatro anos de idade ele entrou para a Mensa, uma sociedade internacional fundada em 1946 que reúne os cidadãos com o mais alto QI do planeta. A outra criança é a pequena Vitória que, mais ou menos com a mesma idade de Tanishq, vive na região amazônica brasileira e sai em lanchas para levar a mensagem bíblica a comunidades afastadas. Por sua influência, várias pessoas tomaram a decisão de serem seguidoras de Cristo. Ela canta e ensina o que aprendeu no livro sagrado do cristianismo.

Mas por que citar essas duas histórias? Porque elas ilustram o valor que uma criança tem. Tanto Tanishq quanto Vitória possuem características que chamam a atenção dos adultos. Deus, no entanto, sempre destacou o potencial das crianças e não as tratou como seres inferiores. Somos nós, adultos, que muitas vezes não conseguimos enxergar isso imersos em egoísmo e individualismo. Aliás, na Bíblia há dois aspectos que fazem parte do comportamento das crianças e que ensinam muitíssimo para os adultos. Mas atenção! Esse ensino é importante para a vida espiritual.

A primeira grande lição com crianças, na minha avaliação, vem de Jesus e está registrada em Lucas 18:16. O contexto é de um grupo de adultos (os discípulos) tentando impedir que pessoas levassem crianças até Jesus para que Ele as abençoasse. Na ótica dos adultos, as crianças eram um estorvo e uma perda de tempo para o Mestre. A resposta de Jesus evidencia a visão estratégica dele para os pequenos. Ele afirma que “deixem que as crianças venham a mim e não proíbam que elas façam isso, pois o Reino de Deus é das pessoas que são como estas crianças” (Nova Tradução na Linguagem de Hoje).

Fica claro que, para Jesus, o que realmente importa é o caráter das pessoas. Os adultos deveriam aprender a perseguir um caráter tal como é o das crianças, marcado pela pureza de pensamentos, sinceridade e altruísmo. As crianças geralmente não cultivam mágoas, perdoam com facilidade e são genuínas em seus sentimentos e ações. Esse jeito de ser desinteressado é justamente o que deveria ser meta de vida de quem já tem mais idade. É por isso que o reino dos céus está associado às crianças. Não é tanto pela ingenuidade, mas pela capacidade de, mesmo já vivendo em mundo de “espertezas” e malícias, conseguir ter de Deus um olhar mais puro. Desafio tremendo!

A outra grande lição relacionada a crianças, na Bíblia, vem do livro de Joel, no capítulo 2 e no versículo 28, onde o profeta, inspirado por Deus, prevê que “depois disso, eu derramarei o meu Espírito sobre todas as pessoas: os filhos e as filhas de vocês anunciarão a minha mensagem; os velhos sonharão e os moços terão visões” (Nova Tradução na Linguagem de Hoje).

A tendência é de se pensar que o texto trata apenas de filhos maiores, quem sabe jovens. Mas por que não pensar em crianças também? Quem fortalece essa ideia, também, é a escritora Ellen White, profetiza e cofundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia. No livro Conselho aos Pais, Professores e Estudantes, página 266, ela fala da disseminação da mensagem bíblica nos tempos finais antes do retorno de Jesus (que, pela Bíblia, acredito que não deve demorar muitos anos ainda) e declara que “nas cenas finais da história deste mundo, muitas destas crianças e jovens encherão de admiração o povo pelo seu testemunho em favor da verdade, o qual será dado de modo simples, no entanto com espírito e poder. Foi-lhes ensinado o temor do Senhor e o coração se lhes abrandou por um estudo da Bíblia cuidadoso e acompanhado de oração. No futuro próximo, muitas crianças serão revestidas do Espírito Santo e farão na proclamação da verdade ao mundo uma obra que, naquela ocasião, não pode bem ser feita pelos membros mais idosos das igrejas”. É preciso entender apenas que profetizar não significa necessariamente predizer o futuro, mas o sentido bíblico da expressão é mais amplo e denota proclamar uma mensagem de Deus para um determinado tempo ou circunstância.
E isso certamente poderá e já está ocorrendo com crianças que se tornam instrumentos de Deus para falar aquilo que, por vergonha, medo ou preconceito, os adultos preferem ignorar.

A escolha do dia 12 de outubro como Dia Mundial das Crianças se deu porque nesse mesmo dia, no ano de 1959, o UNICEF (órgão das Nações Unidas para gerenciar projetos relacionados às crianças) oficializou a Declaração dos Direitos da Criança. Nesse documento, se estabeleceu uma série de direitos válidos a todas as crianças do mundo como alimentação, amor e educação.

O maior direito que uma criança deve ter e que não pode ser sonegado é o de desenvolver seus dons e capacidades para Deus. Pais, em primeiríssimo lugar, e educadores e parentes precisam compreender isso. Deus vê as crianças com olhos especiais. Olhos de visão presente e futura.

Felipe Lemos

Felipe Lemos

Comunicação estratégica

Ideias para uma melhor comunicação pessoal e organizacional.

Jornalista, especialista em marketing, comunicação corporativa e mestre na linha de Comunicação nas Organizações. Autor de crônicas e artigos diversos. Gerencia a Assessoria de Comunicação da sede sul-americana adventista, localizada em Brasília. @felipelemos29