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Coluna | Felipe Lemos

Qual é o caminho a Cristo?

Uma reflexão de quem teve um contato diferente com Cristo a partir da leitura do livro de Ellen White, lançado há 125 anos


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O livro Caminho a Cristo, da escritora Ellen White, completa 125 anos desde a sua publicação. Foto: Shutterstock

Há livros que são escritos e até vendidos, mas permanecem na obscuridade. Outros, tornam-se bem conhecidos, mas sua mensagem não faz muito além de entreter, distrair. Há, ainda, um tipo de livro que vai além do que suas páginas apresentam. Não é mágica, nem encantamento; é o poder divino do que está contido ali e que produz transformação de vida.

É até um pouco incomum comemorar ou celebrar o tempo de vida de um livro. Mas, em relação à obra Caminho a Cristo (original Steps to Christ), de autoria de Ellen White, essa atitude faz todo o sentido. E eu consigo enxergar, em minha própria experiência, a razão para isso. 125 anos após a publicação, Caminho a Cristo continua atual, relevante e edificante espiritualmente.

Sim, vivemos em tempos quando muitos se dizem mediadores ou inventam mediações entre Deus e os homens, ou mesmo criam diferentes interposições para a felicidade. Aliás, em uma era com proliferação de conceitos sobre religião, fé e espiritualidade, Caminho a Cristo merece ser lido, relido, estudado, tornado objeto da mais profunda e humilde reflexão, e amado. Em uma frase, o livro é uma linda maneira de mostrar que a relação entre Deus e os Seus filhos é simples, sublime e profunda.

Para que entenda melhor por que eu considero super válido relembrar os 125 anos de publicação desse livro, comento alguns trechos que são absolutamente significativos:

“A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo. Não que seja necessário, a fim de tornar conhecido a Deus o que somos; mas sim para nos habilitar a recebe-Lo. A oração não faz Deus baixar a nós, mas eleva-nos a Ele”.

Muitas ideias sofisticadas se criam em torno da oração, mas o livro mostra que oração é, acima de tudo, abrir o coração a Deus. É dialogar com o Criador e permitir que nos elevemos até onde Ele está. E se elevar até Deus é muito melhor, porque mostra que não somos deuses, mas humanos carentes de um Deus poderoso e que nos ama muito.

Consagrai-vos a Deus pela manhã; fazei disto vossa primeira tarefa.”

Esse ato de se consagrar a Deus é algo que supera a ideia de se comportar de uma certa forma. Eu tinha uma ideia equivocada de religião como uma série de hábitos e comportamentos que me faziam ser alguém bom, digno. Pensava que agir certo, por uma questão de disciplina, bastava. Mas, com a leitura de trechos como esse, compreendi que a consagração tem a ver com entregar-se a Deus, e Ele, então, opera as mudanças necessárias gradativamente em nossa vida.

“O Senhor nunca exige que creiamos em alguma coisa sem nos dar suficientes provas sobre que fundamentemos nossa fé.”

 É bem alentador ler esse trecho. Essas provas suficientes, ao contrário do que possamos imaginar, não são evidências arqueológicas, históricas e mesmo de outras áreas das ciências, apenas. É muito mais do que isso. As provas de fundamentação da nossa fé têm muito mais a ver com o que isso (crer realmente em Deus) produz em nossa vida: paz verdadeira e uma sobrenatural capacidade de saber reagir de forma diferente às provações diárias que o conflito entre o bem e o mal nos impõe.

“Exponde continuamente ao Senhor vossas necessidades, alegrias, pesares, cuidados e temores. Não O podeis sobrecarregar; não O podeis fatigar”.

Esse trecho é totalmente animador. Vivemos em uma sociedade cada vez mais individualizada, onde o que mais interessa são os MEUS problemas e não os problemas do OUTRO. A falta de sensibilidade em relação ao que o outro sofre não é o tipo de perfil de um Deus pessoal da Bíblia. O Senhor não se cansa das nossas necessidades; não fica saturado com o que falamos pelo fato de virmos com o tema várias vezes. Precisamos ser sinceros, com certeza, mas precisamos ser genuínos com Aquele que é maior do que tudo o que temos e somos.

Caminho a Cristo vale muito mais do que uma leitura; vale ser vivido!

Felipe Lemos

Felipe Lemos

Comunicação estratégica

Ideias para uma melhor comunicação pessoal e organizacional.

Jornalista, especialista em marketing, comunicação corporativa e mestre na linha de Comunicação nas Organizações. Autor de crônicas e artigos diversos. Gerencia a Assessoria de Comunicação da sede sul-americana adventista, localizada em Brasília. @felipelemos29