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Coluna | Emanuelle Sales

As mentiras que falam sobre modéstia cristã

Devemos nos educar na “simplicidade do vestuário; simplicidade com elegância”.


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woman defending herself with her hands from the boomerang

 

Se tem algo que me incomoda é ver programas de TV mostrando os cristãos como seres esquisitos, depreciando a imagem do crente - tanto que nos incomodamos com a expressão “crente”, preferindo usar outros sinônimos. E grande parte da sociedade acaba enxergando os crentes como uma piada, uma alienação. Além disso, infelizmente, muitos acham que simplicidade e modéstia (princípios bíblicos) significam desleixo, mau gosto e acomodação, e que ser diferente é ser estranho. De acordo com a escritora Ellen White, nossa imagem é uma recomendação da nossa fé.

Antes de falarmos de conduta cristã, saiba que a modéstia é considerada uma qualidade positiva, que está de acordo com os padrões éticos e morais estabelecidos pela sociedade. Não é mania ou invenção de crente. A jovem palestrante católica Jessica Rey, filipina que mora nos Estados Unidos, prega sobre imagem cristã dizendo que “modéstia não é sobre esconder seu corpo, mas sobre revelar sua dignidade”. Quantas coisas precisamos aprender sobre este princípio bíblico, que está relacionado à nossa aparência e também nosso comportamento!

Alguns conselhos:

  • Tenha uma imagem que passe confiança e credibilidade, afinal você propaga uma mensagem que precisa ser levada a sério.
  • Não confunda elegância com riqueza. É possível ver milionários se portando inadequadamente, e moradores de rua agindo com classe. Ter classe não é um luxo, mas um princípio de vida.
  • MODÉSTIA é o mesmo que DISCRIÇÃO. Perceba que várias roupas da chamada “moda evangélica” são tudo, menos discretas. Abusam de acessórios, enfeites e, muitas vezes, de mau gosto. Chamam mais atenção do que uma peça bem selecionada de uma loja comum.
  • Vestir-se com simplicidade é uma virtude, pois você não intimida os mais pobres com uma ostentação desnecessária.
  • Por isso recomendamos a simplicidade com elegância, pois assim se passa a melhor impressão para todos os públicos.

Já vimos por aqui inúmeros estudos científicos e conselhos de especialistas sobre o poder da imagem. Todos concordam que a aparência é o nosso cartão de visita. Ela fala de nós antes mesmo de abrirmos a boca. Ela pode transmitir confiabilidade, mas também pode gerar afastamento. Cuidado, a imagem pode ser um ruído na comunicação, um bloqueio!

É óbvio que o foco principal da vida cristã não é ser elegante, arrumado ou asseado. Afinal, lemos em I Pedro 3:1-4 que nosso enfeite interno é o mais importante. Mas para realizar uma missão tão grande é preciso ficar atento a todos os detalhes, por isso a Bíblia nos orienta também sobre nossa vestimenta. Em I Samuel 16:7 se encontra um texto famoso que diz que “o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração”. Poucos sabem interpretar corretamente este pensamento. Primeiro, vale entender o contexto desse verso. Deus tinha pedido que Samuel procurasse um novo rei para Israel, mas que não julgasse pela aparência quem poderia ou não exercer este cargo. Entre todos os fortões e com cara de poderosos que Samuel encontrou, Deus avisou que o escolhido era Davi, o caçulinha de Jessé que cuidava de ovelhas. Ninguém parecia dar moral para ele. Não achavam que tinha “cara de rei”. Mas você acha que Deus se limita a essas impressões? Não importa a nossa estatura, cor ou posição, Ele vê nosso maior potencial quando ninguém mais enxerga isso.

Por outro lado, vale lembrar que a Bíblia diz: “Brilhe vossa luz diante dos homens” (Mateus 5:16). Ou seja, Deus se importa com o que as pessoas pensam ao nosso respeito. Como vimos acima, o homem não tem o poder de ver nosso coração; só Deus pode fazer isso. Então, obviamente, devo atentar para minha aparência também, pois é a primeira coisa que o mundo enxerga em mim. Costumamos dizer que nosso lar não é aqui, mas também não é em Marte, certo? Somos representantes de um reino, será que não temos uma imagem nobre a transmitir? Não devemos atentar às impressões que passamos?

Gosto muito desse texto de Ellen White que diz: “Não, não devemos ser excêntricos ou esquisitos em nosso vestuário para diferir do mundo, temendo que nos desprezem por assim fazermos” (Conselho sobre Saúde, pág 604). Assim como em qualquer empresa e instituição, temos que manter uma imagem em conformidade com nossa ideologia. Nossos princípios promovem a decência, modéstia, distinção entre os gêneros, pureza e, como toda a criação de Deus, bom gosto! Ellen ressalta que devemos nos educar na “simplicidade do vestuário; simplicidade com elegância”.

Já contei essa história, mas vale lembrar: Nas aulas de telejornalismo, na faculdade, minha professora dizia que, para apresentar um telejornal, o profissional deve estar vestido e penteado com elegância, sem extravagância. Sabem por quê? A elegância é necessária para que o comunicador seja respeitado e levado a sério. E sobre evitar a extravagância? É simples. O jornalista não deve chamar atenção para si, mas sim para a notícia. Vamos reformular a última frase para entender melhor como deve ser nossa atitude como comunicadores de Deus: O cristão não deve chamar atenção para si, mas sim para a notícia: Deus e o evangelho. Isso é modéstia!

Emanuelle Sales

Emanuelle Sales

Imagem & Semelhança

Beleza e vestuário analisados segundo os critérios da Bíblia Sagrada em uma linguagem mais informal.

Jornalista, é criadora do blog Bonita Adventista e autora dos livros Espelho, espelho meu... agora o espelho é Deus; Imagem & Semelhança e Filha de Rei. Viaja pelo Brasil para palestrar sobre imagem cristã, autoestima e valorização pessoal.