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Coluna | Carolyn Azo

O exílio dos inocentes

Milhares de refugiados são crianças que escaparam de uma guerra sem trégua. O que fazer por eles? Saiba como ajudar.


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Em todo o mundo, 59,5 milhões de pessoas se viram obrigadas a abandonar seus lares (Foto: Michael Von Hörsten)

Como se não bastasse ter escapado do terror vivido pelos moradores de Mossul, no Iraque, devido à guerra, agora que perderam seus entes queridos, sonhos e bens, os meios de comunicação informaram que no dia 12 de junho, cerca de 800 refugiados do acampamento de Hassansham U2 foram envenenados com alimentos. Do total, 200 pessoas foram levadas aos hospitais mais próximos por sua gravidade.

A vida pavorosa de refugiado de hoje se torna mais difícil, muito mais no Oriente Médio, onde as temperaturas estão atingindo 40º, onde a falta de “tudo” torna o ambiente muito mais confuso e onde os moradores vivem com medo de que o terror volte a buscá-los, sem piedade, para deixá-los em calamidade total.

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Milhares de crianças, mulheres, idosos – os mais vulneráveis – viajam quilômetros na esperança de chegar a algum acampamento das Nações Unidas e ser acolhidos. Em seus olhos, pode-se ver desespero, fome e medo. Muitos suplicam por um copo d’água, devido ao sol escaldante, ou por um pedaço de pão, depois de haverem percorrido muitos quilômetros a pé buscando refúgio entre bombas e tiroteios.

Há um vídeo que viralizou mostrando um menino sírio que há muito tempo estava sem comer e que, ao ser perguntado pelo jornalista sobre seu sonho, responde que é comer pão.

Ele e sua família não se alimentavam havia dois dias. A próxima pergunta vem para ensinar os ocidentais a serem agradecidos com o que possuem. “O que vocês comeram?”, o jornalista pergunta ao menino.

Vem a resposta: “Comemos grama”.

Para as Nações Unidas, o mundo está sendo testemunha do maior número de deslocamentos de que se tem conhecimento. Um número sem precedentes, de 59,5 milhões de pessoas no mundo inteiro, se viu obrigado a abandonar suas casas. Entre elas, há quase 20 milhões de refugiados, dentre os quais, mais da metade são menores de 18 anos. Além disso, há mais de dez milhões de pessoas apátridas a quem foram negadas uma nacionalidade e o acesso a direitos fundamentais, como educação, saúde, trabalho e liberdade de ir e vir.

Gestos de amor

Antes, eu costumava perguntar: Até quando tanto sofrimento? Ou pedia a Deus que os protegesse da violência e da fome. Até que me dei conta de que, quando Jesus esteve na Terra, Ele não Se perguntava até quando. Em vez de abençoá-los com palavras ou de Se queixar do sofrimento humano ao Pai, mostrava-lhes quem era esse Pai a quem Ele respeitava e louvava. Um Pai cheio de amor e compaixão.

“Ser chamado de refugiado é o oposto de um insulto; é uma insígnia de força, valor e vitória” (Serviço para Refugiados do Tennesse).

Jesus, o personagem que permanece através dos séculos, nos deixou uma grande lição de amor ao próximo: estender nossas mãos aos sofredores, como pontes de consolo e esperança. Não é por acaso que o segundo mandamento, o mais importante da Bíblia, é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Quando beneficiamos alguém, demonstramos nosso amor pelo próprio Cristo. “Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes” (Mateus 25:35).

Que linda oportunidade Deus nos dá para mostrar que assim como Sua misericórdia nos alcança dia após dia, esta se reflete em nós ao termos compaixão pelos sofredores.

Graças a Deus, há muitas formas de ser as mãos de Jesus. Uma dessas iniciativas é um projeto coordenado pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) e pela Adventist Help, localizado no leste da cidade de Mosul, no Iraque. Nesse lugar, que nos parece tão distante, há corações bondosos que se dispuseram a servir e pregar, não com palavras, mas com atos de amor, através de uma unidade médica emergencial que atenderá a mais de 100 mil refugiados.

Atualmente, há necessidade de muita ajuda, visto que tudo foi adquirido por meio de doações. O chamado, em primeiro lugar, é para médicos, enfermeiros e paramédicos que desejam dedicar parte de seu tempo para aliviar a dor humana no Oriente Médio.

Não indo tão longe, até agora, a ADRA Argentina tem acolhido dezenas de refugiados e solicitantes de asilo no país, assim como tem feito a Igreja Adventista em São Paulo.

Talvez você não tenha possibilidade de viajar para outra região. Se esse for o seu caso, não se preocupe. Há milhares de formas de mostrar o verdadeiro amor divino àqueles que nos rodeiam, especialmente aos que passam por grandes necessidades.

Chegou o momento de fazer nossa parte: orar, colaborar com alguma doação ou ser voluntário. Beneficie a si mesmo. Preste ajuda a um refugiado.

E, em homenagem ao Dia Mundial do Refugiado, clique aqui e aqui e envie-lhes um presente de amor.

Carolyn Azo

Carolyn Azo

Desafios Espirituais

Reflita sobre as vicissitudes da vida em sua caminhada diária com Deus e saiba que ainda existe esperança.

Licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Peruana Unión, trabalhou no canal internacional 3ABN, nos Estados Unidos, e em várias instituições adventistas. Atualmente é assessora de comunicação da sede sul-americana da Igreja. @karolineramosa